O Tempo Certo da Loucura
Nem tudo está acabado; força aos oprimidos, aos acomodados que só reclamam, aos que nem tem ideia que são oprimidos, aos que com comprimidos vão seguindo a vida e aos que vão à luta para reverter o quadro. Nessa noite tive um sonho, aquele sonho em discurso, em discussão, em dicotomia da subjetividade no espelho. Estava fora de controle, imputado no inconsciente formando oásis no deserto ou incêndios em florestas – pouco importa –, é sempre um desespero. São arestas pontiagudas ou agulhas tortas e com ferrugem... mas há de se encarar. Ao mesmo tempo, na agrura dos tempos, vi o esboço de uma obra prima, estava lá: mulher nua na escultura de Michelangelo; belos contornos, espaços, belas lacunas... estava cá e lá, e sempre esteve. Sou criterioso, ansioso, osso; sou salada em mesas dietéticas, sou massa salgada no prato fundo da dialética de alguém com a pressão alta. Dos fascínios da sorte, entrando na farta imensidão, preparo o ego absoluto: maior que o mundo e menor que a palma da mão. Sou fã de almas impuras, criativas, inquietas, que colecionam paixões às escuras. A religião – a meu ver – não pode ser descartável, quero deuses para escolher de Pai; sou órfão já na barriga magra, causando rinha, riso, raiva, “rua” em quem por mim se atrai.
André Anlub
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