A ilha em êxtase (releitura)
A vida não é um coito de Fadas!
E agora, estava mais que na hora, o ânimo veio,
No veio sumido e assanhado de quem somos;
No envelhecido clichê de quem deveríamos ser.
No abstrato da tela, em aquarela, aquela ilha...
Confiando no absinto para encarar o abismo;
Na retrospectiva da vida, um céu de bel prazer:
A perplexa perspectiva a nosso ver.
Somos quem somos, fomos e seremos (os tais)...
E já estava na hora do abrigo de um alento amigo.
Publiquem nos anais e jornais, em letras garrafais:
Nossa vultosa vida vivida não é particular...
Então, s'il vous plaît, mostrem o que há de divertido.
Exponham em íntimos olhos de ourives:
Tudo de todos tarda, e sempre soará peculiar...
Então tão assim – e assado – é para se mostrar.
O tempo alçou e alcançou o próprio tempo,
Como a serpente doente comendo seu rabo.
Na frase eu me acabo; no vento você me inventa;
Eu como a cobra com pimentão, pepino e pimenta.
Fecho os olhos e vejo um mar na nossa avenida;
Obro os olhos e vejo que sou um belo peixe...
Largue o preconceito e ao meu lado deite-se;
Deixe-se levar e leve a todos para sua ilha da vida.
André Anlub
Setembro/2013 - Tronco de cajazeira esculpido por mim. Madeira resistente, dura, pesada, de mais ou menos 150 kg, medindo 110 cm extensão por 30 cm de circunferência. Detalhe da rolha na lateral que fecha a "cápsula do tempo": anotações, fotos, rascunhos e um cartão de memória SD. Nos cavaletes as telas esperando tinta, no meu atelier em Itaipava/RJ (2006)
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