Caso do Acaso do Amor
Belas brumas sobre águas de um charco,
Achaques dos impérios de um só Rei;
No brilho lírico do meu espírito de porco,
Oco ato da ata do fato em feito se fez.
Perdura perdida sem remos nem barco,
Parco pecado, e cria-se um grande amor;
No horror do ontem o hoje se torna infinito
E como amiga navego banhada em um fardo.
Sinto-me colhida e calhada madura,
Do pó ao pé da árvore que vocifera a vida;
Ávida, nasci – nascendo – para todo sentido...
Sentindo o amor, de pé ao pé de um novo muro.
Natural, ao natural, no atual e sublime,
Sublinho e friso a cega irmã da justiça (eu);
Nem me atiço: entro fresca na alma e na carniça
Deitada calmamente em uma cama de vime.
Te aceito, traiçoeira paixão imprevista,
Amor à primeira vista (meu início);
Faço do acaso companheiro (terra à vista)...
Agora dono do meu mundo inteiro (precipício).
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