Tem ódio do politicamente correto, mas fica irritado quando chamado de pseudorico ou catequizador “pela saco”.
De encontro à vida (25/1/15)
É, é missão; é, é improviso, concepção, papel e caneta na mão...
Deixem estar, deixem “star” – noite escura e quente de verão;
Vejo as nuvens brancas e cinzas, em degrade – jazem no céu,
Aqui jazo eu, caso continue o branco desse funesto papel.
Há um estalo, sobe pelo ralo o cheiro de uma fragrância estrangeira;
Há frequência, talvez de rádio, talvez aquela vizinha louca indo ao bordel;
Ela vive sozinha, aparando seu Bonsai – (vejo pela janela),
Vez ou outra ela acende uma vela e reza nua em pelo
– (vejo pelo basculante do banheiro).
Ensaio todos os dias uma conversa (estilo Sartre),
Pode até ser perversa, se for para me tirar do ostracismo,
Passar a conhecer mais a mim, dar-me bem mais importância;
Quero escalar a parede desse abismo que mergulhei e não tem arremate.
É, foi missão; é, foi de supetão; preenchi o papel em branco,
Enterrei o ranço sendo franco e fui de encontro à vida.
Lembra? vale ressaltar:
até se derramam as tintas;
até se misturam as cores;
até não se pintam amores – mas a tinta não pode acabar.
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