Compilação à poesia
Se a vida estiver em arquivo morto,
A poesia faz reprise.
Escrevo à tia – escrevo às tantas – escrevo à toa.
Poesia, depois de tantos anos de chamego,
Encontros e desencontros,
Ciúmes, sorvetes, cinemas, tormento;
Depois de tantas palavras que foram ditas,
Em dias felizes e de falta de ar,
Taquicardias, mãos suadas, corpos indo além...
Chegou à hora, os anjos dizem: amém.
Parei de olhar para meu próprio umbigo,
Olharei para o seu também:
Quer casar comigo?
Por debaixo da seda
Você me seda;
Brinca de ser a pura.
E eu, em pelos,
Apelos e apuros,
Puxo um ar puro e
Bem cedo me cedo.
Lá vem ela...
Junta com essa má intenção de sexo.
E elas são sempre muito bem-vindas,
Pode crer.
Lá vem ela...
Essa chata e insistente luz
Que entra pela janela
E me convida para sair e viver.
Poesias querem ser livres e voar,
Não fazem questão de egos e glórias...
Senão seriam como belos pássaros presos em gaiolas.
Assim a vida pode ser farpa entre unha e a carne,
Um bambu que não se quebra com o vento que varre,
Até as estrelas que brigam com o raiar de um dia.
André Anlub
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