(releituras)
Vou degustar outros ares,
Novos mantras e músicas,
Devorar os segredos,
E digerir o dom.
Vou esculpir o vão
E redesenhar velhos mares,
Fazer da vida um folguedo
Num real sonho bom.
Vejo o ser montanha russa,
Dando tapa na fuça da depressão.
Vejo a beleza em rubores de fúcsia,
Sendo cor ou sendo flor,
Sempre adoração.
Falam de bailarinas,
De estrelas cadentes e flores.
Falam de amores,
De destinos, esquinas,
Borboletas e odores.
Mas poucos falam do artista,
Em seu mergulho no meio,
Sem medo e sem freio,
Num oceano de caos.
E ao unir os extremos,
Teremos, sem pressa,
A composição de um poeta,
Que beija na cópula,
O corpo e a alma
Do bem e do mal.
Ficaríamos a eternidade,
Ponderaríamos em múltiplos dialetos:
Esperanto, mimica, outra louca,
Canto dos anjos, sinais de fumaça,
Em puras línguas e raças,
Dos baldios ou espertos
Até além da imortalidade.
Mas salivas não seriam gastas à toa,
Expondo as qualidades extremas
Da força da inteligência,
O poder do ventre e da cria
Ecoando ao vento e ao sempre.
A voz que nunca é pendente,
Nesse momento presente
Agarra a unhas e dentes
O direito de expor ao planeta
O que das mulheres pertence.
André Anlub
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