Houve um tempo
Que a vida era quente
Saborosa, bem passada
Ou no ponto,
Ou al dente...
Eloquente
E totalmente
Do nosso jeito.
Das Loucuras (Nocaute tático, técnico, tântrico)
Potências ao máximo e socos drásticos
Formam hematomas em caixa-alta.
O amor é bom de tapa,
Faz tipo e é ótimo de gancho...
E aproveitando o gancho
Deixa o recado:
Fique de olhos abertos,
Mexa as pernas e a guarda alta.
O boxe é baile,
E na folia da vida só dança
Quem anda distraído.
Na paixão passageira, deu bobeira,
Passou do ponto é dor de cotovelo.
Ônibus errado, calote, skate,
Moto, magrela, lambreta...
Com qualquer coisa se chega ao júri
Para tentar ser absolvido.
Jovem homem alarmado,
Com uma enxaqueca esperta
E nocauteado na esquina.
Já estava cansado,
Vem apanhando há tempos
De amores adoidados.
Foi numa noite enluarada,
Onde o lobisomem deu-lhe uma aspirina.
Ele desvendou os segredos
Guardados a sete mil chaves:
O mistério dos vampiros,
Dos curupiras, das picuinhas,
Das purpurinas, dos bobos...
Tornou-se um louco transviado
Na Transilvânia de ursos e lobos.
Agora já está tudo em ordem,
Volta à sua vidinha resguardada
De infeliz estada e estratagemas.
Disfarça-se de afável,
De boa gente e feliz,
De desaprovado e amargurado.
Potências ao mínimo
E socos e chutes fracos,
Em sacos cheios e ocos.
Vivência no instinto,
Se entrega inteiro
Com aliança de algema
E cordão que é corda no pescoço.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.