Não é brinquedo não
Viu a poesia com seu pulo largo desviando-se das críticas,
Caindo nos contornos límpidos das consciências
E escolhendo nada a esmo o caminho que avaliou ser certo.
Ouviu o verso leve pisando intenso com seu calçado soturno,
Colocando a marmita no bolso, a viola no saco e perguntando:
Onde é que eu durmo?
Na alvorada não comeu foi nada, tomou o seu remédio,
Foi para o colégio, grande sortilégio é responder à chamada:
(como um digno crédulo).
- Sou o verso que tirou o corpo fora de onde é bola fora... resolvi tricotar sozinho.
Deixou os poetas no vácuo, na válvula do silencio eterno...
(mesmo que por um momento).
Deixou todos ao relento, em alquebramento, de passo lento em todo o acontecimento...
(mesmo que somente interno).
Reprise de um filme, déjà vu diversas vezes visto e lido,
A imagem da poesia se resvalando e esvaindo.
Num instante a lenha crepita, já é espantado o frio e a chaleira canta...
Cai-se na realidade, cai-se no dever cumprido: o papel tingido, a ideia exposta.
Agora vê a poesia e seu pulo curto; quase inativa mergulhada em crítica...
(ela não está nem ai)
Descobre sua imortalidade e sua boemia, sua sagacidade de mulher vivida.
(ela sempre bem resolvida)
André Anlub®
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