Nua em pelo, no pulo e num palco
Nadando no gélido lago foi encontrada
feliz e pelada
com os pelos arrepiados
seus belos cabelos negros cacheados
e como seria imaginável
cantarolando aquela lacônica balada.
“...you can’t always get what you want...”
- Olhos esbugalhados, olhar simplório.
Perfil de romântica rebelde
com a sensação de estar nada errado.
Seria assim que eu a descreveria
e é assim que ela é.
Entre os dias que se passaram em sua vida
estão de um lado algumas horas que se petrificaram
na sensação de não seguir um vil modelo.
Na outra ponta da história, não menos importante
fica o momento do “replay”,
do “Déjà vu”,
do oposto de um pesadelo.
Quase sem querer
de repente por estar mais magra
a aliança caiu no ralo.
(num estalo a lágrima sem jeito a seguiu)
O próspero havia recebido conserto
e a velha flecha no seu peito
enferrujou e ruiu.
Os olhos agora mais secos
caçam felicidade
e a sombra não mais se encontra por aí,
vagando...
meramente sumiu.
A alma quer plateia,
zelo
nada de estar sozinha.
Ela quer que outros olhos curtam seu curto vestido decotado
o sorriso do rosto com duas covinhas
e todos, mas todos, os seus pelos eriçados.
André Anlub®
Cárcere da criação II
Confinado na escrita
Vejo-lhe no espelho
Vestida, chanti
Azul turquesa, de beleza pura
A Ísis e a lua
Agora toda nua.
Sou o escriba no porão de um mundo
Sou ar puro no pulmão de uma vida.
Monta o rolo, rola a fita
Cinema mudo tinha muito que falar
Histórias e memórias
Romances e enlaces
Guerras e embates
Comédias e glórias.
Nos teatros antigos
Nas trincheiras e abrigos
Bebedouros de todos os bêbados
Copos cheios
Corpos vazios
Loucos soldados
Querendo espaço e apreço.
Confinado na escrita
As horas voam
Folhas se enchem
Ansiedade e alienação
Com sorte
Consorte
Sem premunição
Sempre.
André Anlub®
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