Das loucuras (pele nua vestida de tempo)
Sem perceber a pureza de quem eu era, segui
Ao sabor do vento, como pluma jovem e devaneadora
Mas a sombra tinha um formato de ontem, devastadora
De pendencias passadas que não quis ver e não resolvi
Faria tudo pelo gosto na língua do chocolate amargo
Colocaria as charadas no lixo, e num nicho uma escultura sua.
Cairia de joelhos, e novamente usaria a cachaça como fardo
Tudo num ritmo louco, de um espírito vestido de pele numa pele nua.
E tudo assim passa tão rápido por um olho cru e nefasto
Que não há pressa minha que faça acalmar o momento
E pela minha aura aberta a fé entre e faça ligamento,
Construindo-me ainda mais inspirativo, rígido, vasto.
Vê-se algo nesse mesmo céu azul assim tão raro
Que me cintila, acalora e vez e outra me crepita à vida
Não há saída mais digna que perceber o seu errado
Pois perder o faro não justifica aceitar sua ruína.
Na pele nua me embriago, e solto um grito mudo - me diluo
Me afogando, me queimando, me enterrando vivo.
No lago de Monet, sou peixe deslumbrado multicolorido
Na benção dos anjos de Sanzio, sacramento todo esse absurdo.
André Anlub®
(23/1/21)
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