Ziguezague - ziquizira
Na vida da dama os fulgentes ofícios
Dócil anjo do hospício que tingiu em sua vida:
Guaches, canções, letras - artifícios
Do repente que trouxe delicada guarida.
Ziguezague de arranque; bucólico sentimento,
Mão dançante - frenética da mente produtiva.
Ziquizira que se rendeu ao faminto fomento
E no momento só enxerga a real perspectiva.
Andarilha no trilho, Falcão de voo sucessivo,
Faz do seu trabalho o ato muito mais expressivo.
Do suor do seu couro nesse denso mundo raro,
Faz do seu rei no umbigo somente um detalhe.
Que a inspiração não suma - não durma - não falhe...
E se doe doce no eterno, açucarando seu faro.
André Anlub
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Foste no preto e no branco
e trouxeste na mente
aquela ideia de mim.
Já fazia seis anos
dos sorrisos benfeitos
nos olhares, trejeitos
e o coração nada ardil...
Apego de zero a mil
é paixão até o fim
amar tim-tim por tim-tim.
André Anlub®
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Das Loucuras (em primeira pessoa, pessoinha especial)
Penso, prenso, escrevo, leio, faço e digo não;
Desfaço o abraço e alguns rabiscos ficam à deriva.
Mas sempre preciso de mais tempo para a lapidação.
É assim comigo; é assim comida; é assim com a vida.
A dura espera do parto é uma esfera metálica
Nada estática e toda enigmática; intimidante e reluzente.
Fico à espera de surgir uma ponta, mesmo que um espinho,
Para amarrar meus escritos infindos, enfim, meus “niños”.
É assim: satisfazer – mesmo que parcialmente – a sede.
E quanto ao faro do feto no ventre?
Que muda a poesia, a torna (ou não) coerente...
Há exceção, mas nada é extremamente raro!
E quanto a não questionar mais nada?
Rara é sensação de satisfação plena!
Não raro é estar a par do que é um poético choque,
E mesmo assim ser de si mesmo para-raios...
Levando a descarga elétrica contente,
Queimando e curando a sensação amena,
Assumindo os estragos do enfoque.
Por trás de toda justificativa há uma comodidade;
Por trás de toda comodidade há inúmeras justificativas.
Digo: dispenso, disperso, descrevo, releio e sim...
Faço novamente o laço, mas com outra vertente.
Voo através da minha própria inspiração – sou insolente...
O tempo é suficiente, escasso é o fim.
André Anlub®
(20/1/18)
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