Toda vez que vejo um Brasileiro com um nariz de palhaço, não sei porque, me lembro da pegadinha do: "desenhe um "i" com um pingo em cima"
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Salve, salve, Gonçalves.
(Homenagem a Gonçalves Dias)
Nos primeiros cantos
expõe com nitidez
enaltecendo a inspiração
como tambores rufando
com o encanto das palavras.
Nos segundos cantos
conhecimento e afinação
há tentativa de união
e consolação nas lágrimas.
Todo poeta é alteza
que exibe sua emoção
também nos conta a memória
páginas realmente vividas
como nos fala em “Os Timbiras”.
E a memória não morre
escorre e percorre as folhas
em bolhas de um puro folclore
que é a mais verdadeira verdade.
Salve, salve, Gonçalves.
André Anlub®
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Nau que jamais afunda
Poesia do amor é colossal
Vive mil afetos e paixões
Indizíveis nas puras emoções
Faz da amada a imortal.
Navega em lugar desconhecido
Na nau do porvir inesperado
Sentimento na quimera ancorado
Cobiça o anseio correspondido.
Face e sorriso na essência
Delírio da memória registrada
Afeto que se perde na estrada.
Mas se há ínfima clemência
Refaz-se o mar antes navegado
Renascendo o amor desamparado.
André Anlub®
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Algumas histórias II
Estava cá com meus botões
Rememorando velhos bordões
Pensando em épocas remotas
Concupiscências e efígies mortas.
Lembrei-me de amores perdidos
Esquecendo-me de dores achadas
Pessoas que foram imaculadas...
E demônios travestidos de amigos.
Recordo dos conhecidos porteiros
Nas calçadas com seus banquinhos
Sentados o dia inteiro
Ao lado dos seus radinhos.
Vozes agudas dos rádios a pilha
Diversão do seu dia a dia
Hoje atrás de grades e guaritas
Entregues à sorte e à morte...
Estão à revelia.
Lembrei-me das ruas sem movimento
Que serviam de campo de futebol
A ausência maciça de lamento
Para todos nascia o sol.
O gol feito de chinelos
A bola “dente de leite”
Seguia torta em caminhos retos
Felicidade que compunha a gente.
André Anlub
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Algumas histórias
Cheiro de madeira queimada
Na ponta dos espetos, salsicha e queijo
Sicrano tocava um blues na viola
Eu tirava um som da minha velha gaita.
Fulana cantava melodiosamente no ritmo
Enquanto Beltrano arrepiava nas latas de Nescau
Os animais, com o barulho, já haviam corrido
Era uma calma e bela noite logo após o Natal.
O show já estava frenético e sem rumo
Vaga-lumes embriagados rodeavam o local
E em uma nuvem se escondia a lua minguante
Não havia qualquer luz artificial.
Na sombra da fogueira, imagens curiosas
Dançavam com a música nas árvores e arbustos
Deu-se uma imagem sombria de um corvo
Logo se transformou em uma flor formosa.
São momentos inesquecíveis na minha mente
Que nem mesmo o garrafão de vinho conseguiu apagar
Transformadas anos depois em alguns versos e prosas
Essa história ocorreu em Visconde de Mauá.
Depois retorno para falar das cachoeiras...
Ah, as cachoeiras...
André Anlub
(12/02/2012)
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