1 de dezembro de 2011

O Trem da Vida

A viagem prometia nunca mais ter retorno
Na verdade parecia ser eterna
No trem da sua vida...
Esse comboio que nunca esquecerei.

Abrace-me igual aquele dia
A nossa primeira vez
Beijei-lhe naquela ponte
Deixei-lhe naquele trem.

No vagão da minha vida
Estação da minha emoção
Partiu sem despedida
Sem ouvir sequer um sim ou não.

Por entre verdes vales, montanhas
Eu posso enxergar com seus olhos
O voo dos pássaros nos lagos
O branco dos campos de algodão.

Sinto também o cheiro das flores
O perfume natural de você
Do mundo todos os odores
Que me faziam feliz em lhe ter.

De repente vejo seu braço estendido
E um bilhete na palma de sua mão
É a passagem para o trem que retorna
Vem de volta para o meu coração.

André Anlub

25 de novembro de 2011

Pelas marés II

Será doce despedida – sou descobridor
Afago amargo - sou nauta do amor
De repente um metediço Fenício
Em minha galé de imaginação e ofício.

Por dentro de tempestades – calor e frio
Mesmo sem bússolas - cem ondas gigantes
Convicto e forte, sustento meu brio
As marés e as luas são belas amantes.

Sobra abaixo o mar e acima o céu
Meu coração é um barco de papel
Sei que jamais nada será calmaria.

Mesmo em perigo eu clamo batalha
Se não está a contento, puxo a navalha
Corto nossos laços, futura vida sombria.

André Anlub

22 de novembro de 2011

Falho

Falho se tentar ser coerente
Se o real sentimento vem à tona
Quebra qualquer elo de corrente
Fagulha que se transforma em vulcão.

Falho se falsificar emoção
Escrito nas estrelas e na testa
Falácia que grita sem noção
A verdade é sempre o que resta.

Falho se não doar meu total afago
Cito as mentes balzaquianas
Tendo experimentado o amargo
São novas “Amélias e Joanas”.

Falho se achar que nunca falho
Pois sou de carne e de osso
Emoção acima do pescoço
Coração aberto com talho.

André Anlub

17 de novembro de 2011

O Meu Tom

Pegando as sucatas das poesias criei essa
Larguei a moderação e o respeito
E com despeito, no bolso guardo minhas mãos.

Joguei meus restos nesse papel nada higiênico
Tudo para expor o que há do nada... Somado ao vazio que sinto.

Minha má trajetória não é um mito
É por vez uma solitária que se alimenta... Do pouco que me faz bem
Tornando meu tormento um pesadelo infinito
Um parasita que no meu corpo habita nesse momento nada zen

Da tristeza que há, mesmo que no fundo, em qualquer sentimento bom
Passado para o papel de um modo íntimo
Em letras pretas, tortas e falhas
Que almejam transparecer o meu tom.

André Anlub

16 de novembro de 2011



Minha Musa

Em tronco de cajazeira
Com doce alma felina
Esquecendo-me do tempo e da vida
Farei escultura de sua sutil beleza.

Nos olhos o fino acabamento
Com corte vertical de navalha
Para de repente um momento
Uma lágrima dimana em calha.

Boca suave em longas ondas
Relevos da carne entalhada
Perco-me sem eira nem beira

Nariz que faz alvo uma estrela
Enfeita o olhar que ilumina
Meus beijos em farpas que cortam.

André Anlub

10 de novembro de 2011

Me vi pela vida

Sai do ostracismo
Marasmo jamais
Abri a janela!
Larguei a bebida, peguei minha magrela... Sai para a vida.

Chamei de “tesão” a donzela!

Curtindo meu tempo, pois o mesmo é curto.
Um absurdo, com tudo no mundo e tudo voa ao vento

E o contentamento?

Larguei a tristeza, cuspi na grandeza com delicadeza
Senti a brisa no rosto, me vi pela vida.

Não sou mais esboço!

Mostrei o dedo pro desgosto... Com muito gosto
Cicatrizaram feridas.
Pude retornar feliz, com a incumbência resolvida
Viram-me pela vida, como eu sempre a quis.

André Anlub

8 de novembro de 2011

"Algemoso"

Escorre nos pensamentos
Escorre com toque de nostalgia
De vazia se faz cheia, mas agora de poesia
Do pó ao pó.

Mente criativa na ativa... Ativa idéia
Filosoficamente velha, é nova, pode ser tudo
De sol a moribundo, de amor a moribundo...
O que acharem melhor.

Dentro da imaginação tem tudo
Mente ou não, em mente

De lagarta a borboleta...
São iguais, outrora diferentes
A cor roxa é violeta
Papo benevolente
Que prende.

“Algemoso”.

O poeta magoado
Sóbrio ou ébrio
Sendo que anda fazendo curvas
Caminhos são fardos
Infernos são céus
Todos os gatos são pardos.

André Anlub
"

4 de novembro de 2011

Conte-me

E as primaveras
Falo, todas elas...

Contam-me cores mil.

E os outonos
Digo, só alguns poucos...

Tingem de laranja as fachadas.

Os verões
Vestem ouro...
Ardendo em sol todas as madrugadas.

Invernos
Nuvens são como espumas do mar
Estações que variam com a chuva...

O sol que ofusca meu olhar
É o mesmo que ilumina meu rumo.

Como dizer em qual delas está você?

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.