18 de dezembro de 2014

Dueto da tarde (XVI)

Olhos de lince que alcançam “no lance” a paixão que passa em relance...
Instante mágico de saber e não saber, de ter certeza e afogar-se em dúvidas
E a plenitude absoluta, inspiração e labuta (que engorda e faz crescer).
Não há desculpas para não ter visto: aos olhos de penetração aguda nada escapa.
Não se trata de ser caça, nem caçador; não é preciso haver dor ou desgraça,
Também não é preciso intoxicar-se de felicidade, enlouquecer de coisa boa vista/vivida.
Há a disponibilidade da escolha, mas há de se ter equilíbrio e o brio de enxergar sempre a boa renovação.
O lince caça, a fome consome, mas o olhar de matar também é o olhar da vida tida,
A ansiedade da continuidade, a herança de tempo idos e a necessidade de se concretizar o amanhã,
Quando isso é aquilo apenas em pensamento projetado e aquilo é isso apenas em ilusão cultivada.
Essa “coisa” é o ciclo do natural; assim como mergulhamos nos sonhos com a incumbência de torná-los reais (ou não),
Ela vem e ela vai, porque é dela ir e vir, como é do lince olhar, ter fome, atacar.

Rogério Camargo e André Anlub®
(18/12/14)


17 de dezembro de 2014

Ótima noite aos amigos...





Carro-chefe da vida




Carro-chefe da vida
(André Anlub - 11/10/12)
 
Dizem que vive de pão e água,
É intocável e onipresente
Seguidora do fluxo da vida
E violentamente inocente.
 
Pai e mãe da maioria dos desejos,
Manifesta os sabores e dissabores,
Inexauríveis amores e desamores...
De calibre incoerente.
 
Pula pelos corações inflamados,
(cutuca, grita, devora)
Delibera-se nos canteiros que aflora,
Corrente casta invisível.
 
Do atual lirismo à nostalgia inerente,
Em serenatas e poesias...
Faz-se mais que presente.

Mais alguns "tempos"




Em breve e logo mais, não são “pra já!” 
(em doze tempos)
André Anlub®

V

Vulcões estouram, à realidade da lâmina do vento,
Entre diversos contratempos: melancolia e saudade.
Seguimos espertos nos mares, nos maremotos cabreiros,
Nos peixes-espadas guerreiros e ingestão de ornamentos.

O tempo agora é amigo – parceiro, sombra e herdeiro;
Delicado, bem-humorado, sorri a mim com sarcasmo.
É meu ouvinte esse tempo, o grito que ensurdece os receios,
Segredos e vivencias e abrigos – antigos pensamentos são recentes.

VI

Barba enorme e o cabelo que não cresce,
Prece disfarçada de poesia.
Todo dia um bom-dia à “reprise”
E o “vixe” que procuro nas nuvens.

Damos sempre “viva” aos mortos,
E tem aquele que se faz evidente;
Cantam descrentes e crentes à sorte,
Cantam ao norte na hipocrisia da vida.

VII

Enquanto o sol beija meu corpo
Na fria manhã dessa quarta,
A folhinha com os dias marcados,
Parece caçoar da minha cara.

Dueto da tarde [XV]

Depois que a sombra tomou conta da lua, fazendo-se menina também,
Desenhou um sorriso (lá e cá), e agora almeja ir além.
Depois que a lua mostrou à sombra que era ela e mais ninguém,
Desvendou os mistérios, trouxe a paz que apraz o “porém”.

Estavam as duas como sempre estão as duas quando o mar se acalma,
Ponto de luz cintilando no espelho, desvanecendo o receio de um futuro breu na alma.
Para a imagem de sol que guardava ainda na lembrança, ergueu as mãos, mostrou as palmas,
Sentiu o respeito, o respiro, o silencio, a saliência e o bendito dos peixes e de todas as finas floras e faunas.

Era um tempo gasto em se mirar nos espelho das águas mansas e reticentes,
Em ver o próprio rosto sorridente, ver felicidade e futuras pulcras nascentes
Onde reconhecer a sombra das coisas e a sombra das gentes.

Assim molda-se a vida, construindo as saídas pelos naturais caminhos
Que dão à sombra da lua modo e razão para amar seus desalinhos
E ela se dispensa; entra em cena e põe a mesa a energia dos astros vizinhos.

Rogério Camargo e André Anlub®
(17/12/14)



16 de dezembro de 2014

Dueto da tarde [XIV]

Sonhar alto faz parte do corpo, como uma extensão invisível acima das cabeças ousadas.
O voo que leva ao sonho, que traz do sonho, que é o sonho, é anatômico feito os braços abertos
Assim vai-se longe, no horizonte das linhas fluidas infinitas, sanguíneas, imaginárias e criativas.
Mesmo que longe seja logo ali, onde os olhos alcançam, ou logo aqui, onde o coração rege a orquestra
Versos permeiam em novas sinfonias, restos de sons tornam-se majestosas mulheres em esculturas vivas.
É viagem e é chegada ao mesmo vero intenso indispensável indefinível tempo
E assim, do nada, sonha-se com flores, flores e mais flores; não poderiam deixar de ser citadas, sonhadas, mas não colhidas; que fiquem em suas terras, em seus ventos, em suas moradas,
Que emprestem seu perfume para a embriaguez da compreensão semi-desperta de quem viajou na pura sensação de vida, 
Vida bucólica e melancólica, inspiração aos amantes, observadores e narcisistas, 
Fonte de fontes e céu definitivo para o voo alto que os pés no chão conduzem.
Vão os sujeitos poetas dormindo acordados em seus sonambulismos, vagueando em países distantes, longínquos universos e musas desconhecidas
Até que a morte não os separe de seu casamento consigo mesmos.

Rogério Camargo e André Anlub®
(16/12/14)

Sentimentos confusos

Caminhando no parque pensei em você
Entre a neve que cai e o vento frio que bate;

Na mente momentos que nunca vou esquecer
Pensava tão alto quanto um cão que late.

Seria o ódio e a saudade ou o amor e a vaidade?
- A confusão era tamanha que nem sei a verdade!

Colocou fogo nas cinzas que pensava extintas,
Como um pesadelo à toa...
Pegar um Kandinsky e borrá-lo de tinta.

Lembro-me das crianças que não chegamos a ter
E nos dias frios um com ao outro aquecer.

Das falácias que saiam da minha ébria boca,
Mesmo assim seu sorriso se fingindo de louca.

Mas chegando a casa e enfim aquecido
Descobri que a saudade é maior que a loucura;
E saber que apesar disso sou jamais esquecido,
Esperava-me deitada completamente nua.

André Anlub (4/11/11)


Wassily Kandinsky, nasceu em Moscovo no ano de 1866 no dia 16 de Dezembro. Era de nacionalidade russa, mas mais tarde viria a adquirir nacionalidade francesa. Foi essencialmente artista, principalmente de pintura e introduziu o movimento artístico da “pintura abstracta”. Inovou as artes plásticas, influenciando muitas outras, e quebrou a ideia de tudo o que era conhecido até à altura com os seus ideais. Para além de pintor foi também professor de artes visuais. Kandinsky faleceu em Neuilly-sur-Seine, França, no ano de 1944 a 13 de Dezembro, devido a uma arteriosclerose, não chegando a fazer os seus 79 anos.

15 de dezembro de 2014

Dueto da tarde [XIII]

Deixe do jeito que veio; aquela flecha no peito e a sensação de ar fresco;
O destino destina-se malucamente, mas sabe o que faz malucamente.
O arrebol, belo e deslumbrante, bateu em seu semblante e tornou-se mais vermelho
Aceitar as pequenas dádivas, remoer as pequenas mágoas, decidir aqui ou lá, ir adiante com o sol no semblante.
Nossa! são os dias sagrados; nossa! nada de errado na sua companhia.
O que veio do céu deixe do jeito que veio. O que veio da terra deixe do jeito que veio. Aquela flecha no peito é o ar que você respira,
É meu mundo no seu que gira e transforma-se numa folia, num novo preito.
Se é dádiva ou se é mágoa, os seus olhos acabarão me contando
E no final dos tempos restarão lembranças, versos e as horas, correndo velozmente em alinhamento, correndo sem pressa e julgamento
Para os braços do que veio do céu, para os braços do que veio da terra.

Rogério Camargo e André Anlub®
(15/12/14)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.