26 de outubro de 2018
Das Loucuras (sua identidade, a do papel e a imposta)
Das Loucuras (sua identidade, a do papel e a imposta)
Aquele padrão, patrão egoísta que lhe tira os direitos;
Rouba a liberdade, seus verdadeiros trejeitos, está ciente?
Chega cheio de dedos, rouba nos dados e sempre está com a razão...
E não é cliente!
Que mal que há? Por que não “que mau que há”, com “u” mesmo?
Mal com “u”, com “l”, com “o”...
Tenha dó, isso pouco importa no texto.
Bandeiras são hasteadas pelas pátrias enteadas
E seus nada sinceros sorrisos.
Tempos omissos que não ensinam nada;
Tumbas presentes esperando a manada.
Vamos variar as linhas, avivar com outro algo positivo...
Sem doutrinação, sem doutor, oração, imposição, academicismo.
Fardas, fardos, falsos hippies, roupões
E aquela pantufa imunda porque saiu às ruas nas andanças...
Sem misericórdia, sem queimar sutiãs ou colchões...
Mudamos os acordes e acordamos para as mudanças.
De repente, com uma baita moderação – ou não –,
Conseguimos uma manutenção da massa – que pode virar pão.
Sem lamber sabão, liberar sua libido,
Ser um ser bem resolvido, com um pé à frente esquecendo o umbigo.
André Anlub®
(26/10/18)
Le Petit Maurice
Le Petit Maurice
Depois de sair do seu banho:
Reparte o cabelo ao meio,
passa um pouco de Gumex,
no pulso seu belo Rolex.
Separa um trocado pra cerva,
não se esquece da erva
e a chave de seu Chevrolet Veraneio.
Coloca uma bermuda de marca,
um chinelo de dedo,
mesmo sabendo que é cedo,
um uísque e dois cubos de gelo.
Vai sem rumo pra Urca,
louco varrido na praia,
depois uma pizzaria famosa,
com gente bonita faz prosa
(nunca soube o que é uma árdua labuta!)
Esse ano fez trinta anos,
(nunca na vida fez planos!)
mede um metro e noventa,
um par de olhos azuis,
ama bala de menta,
pai rico, famoso juiz.
Estudou nos melhores ensinos,
fez inglês nos Estados Unidos;
mulheres ele coleciona aos quilos,
é inteligente, sagaz e feliz.
Fundou uma confraria de solteiros,
charutos e bebidas - prostitutas e cavalos
Quando chegou aos quarenta,
dinheiro e saúde pro ralo.
A vida ficou antipática,
empilhando contas em sua mesa,
o burguês que migrou pra pobreza,
morreu de cirrose hepática.
André Anlub
25 de outubro de 2018
Hoje tem manga
Quando fui moleque
Andava com minha magrela
No cemitério São João Batista
Entre as tumbas e vielas.
Nunca tive medo de morto
Mas tenho de vivos desgraçados:
Os com pensamento torto
E políticos com discursos aprontados.
Hoje tem manga,
Pés descalços para encarar a subida,
Alegria do doce na boca,
O melado no rosto
E a brusca sensação de ser moleque;
Hoje tem manga,
Ontem teve manga
E amanhã é mistério.
André Anlub®
Das Loucuras (preito em prol das onze artes)
"Boca do Lobo" - década de 90 fiz uma arte ai - passagem no Bairro Peixoto (Copacabana/RJ). Playground onde passei toda minha maravilhosa infância; quintal onde passei minha conturbada pré e pós adolescência; hospício onde cresci, fui feliz e vivi durante boa parte da minha "adultez". Saudade imensa!
Das Loucuras (preito em prol das onze artes)
No cerco, querendo ver o circo pegar fogo,
Logo, logo vai começar a vender lona,
Gasolina, papelão, revista Trip, jornal O Globo.
É maravilhoso para quem não conhece,
Ou se esquece quando convém os viés...
Rumo aos céus, aos meus, aos seus, ao léu.
Brinca com água, massa, tinta...
Pinta, mas brinca com fogo, estilete, nunchaku, cassetete, cinzéis.
Tem jogo pra jogo, é salamandra-de-fogo,
Só tem malandro no antro, vive “de fogo”.
É camaleão mudando o terreno, a mão e a cor,
Como um leão que conhece as savanas africanas de cor.
A falta de inspiração demuda o artista numa mala sem alça,
Alcançando rasos voos e defecando na cabeça dos outros...
Quase um pombo... Mas sem, dos deuses, uma procuração.
Sente-se abatido, com o dom batido,
Vendo “não” no vento, dentro de uma alucinação.
O alçapão está armado, a armadilha está em dia;
Nem tudo é somente sonho, nada é inteiramente agonia.
O tempo se esgota, gota-a-gota faz a poça...
Mas a vida está à mesa, se renova e sai da fossa.
Com nova força não força a barra – cadafalso.
Barra o que lhe é feio, tira o pé do freio e sai à criação.
Passa o rodo, pois sua roda não roda mais em falso...
Seu encalço é calçar poesia, pintura, escultura – quer ação.
Queimação do dia à noite, da noite para o dia,
Nada de tardes vazias – varia sua alegria...
Tira suas vestes, agita desvairadamente as mãos ao que presta...
Mostra a alma nua e crua; expõe a estigma “arte” na sua testa.
André Anlub®
(25/10/18)
Santos de Madeira
Santos de madeira
Pés descalços pisam nas britas
Parecem pequenas brasas
Colher de boia fria na marmita
Colher de pedreiro nas mãos
Ensaiando seu karatê.
Cheirando cimento
Colando o pulmão
O sol fulgente e quente
Cortando de um lado ao outro
O céu mais limpo.
Rito habitual
Frito obituário
Às vezes pisca para a esperança
E o sol ri da sua cara
E ele, cá embaixo, suando em bicas
Pensa que há uma missão a ser feita.
Nas horas vagas é escultor
Faz santos de madeira
Com a ponteira acerta os pontos
O cinzel talha o formato
A plaina alisa a vida
E o verniz como o brilho nos olhos
Da lágrima que se mescla ao suor.
André Anlub®
24 de outubro de 2018
Asas de Anjo ou Dragão
Asas de anjo ou dragão
Vejam só os dois olhinhos, sinceros, impávidos,
Carregando a expressão das brasas dos entusiasmos.
O mundo deles também anda agitado,
E ainda mais quando estão juntos;
São avejões diversos...
No advérbio adjunto do anseio disponível no plasmático vulcânico...
Fundiram os neurônios e os versos.
Não há relógio no “slow motion”,
Tampouco o reviver das simples coisas.
A caneta dança na folha branca,
O sentimento canta a canção que voa...
Os dois olhinhos são escravos do tempo,
E o tempo não vive a mercê de porta aberta...
Não cumpre a cumplicidade que se torna seguro,
Simplesmente existe, e o quase é quase eterno.
Asas batendo, colorido das penas,
Bico bem largo e garras como dentes;
Com moderação se barganha com a vida,
Contínua rotina de distrair pensamentos
E tapear os momentos e as ideias baldias.
Criou-se o hábito saboroso e salutar,
Começou a lutar com as armas evidentes.
Vê a novidade de coisas iguais que nunca foram feitas,
Reinventa os trejeitos dos seus sujeitos (dá-se um jeito).
E a luta contra o colosso imortal continua,
O gigante que é anão, que espeta,
Que apunha, apunhala, compunha a mente incerta,
E a luta se enluta no negro alerta.
(...) nessa hora os olhos se emocionam mais uma vez,
Enchem-se d’água e desaguam...
E a vida: eles querem entendê-la, desvendá-la,
Querem enterrá-la para saber sempre onde está;
Irão confessar até o que nunca fizeram
E pelos campos e cidades aos ventos voarão...
Sendo perene ou não,
Sendo asas de anjo ou dragão.
André Anlub®
23 de outubro de 2018
Ouro de tolo (parte II)
Ouro de tolo (parte II)
Ouro valioso, rico enriquecido, diamante da noite/dia endiabrado,
Constrói-se um abrigo inimigo de brilhantes errantes e fúteis.
Mundo sórdido de fel, cruel, vil;
Colherada de antídotos e janelas fechadas ao sol mais belo.
Íris, anel, elo, perdão e ar;
Enxerga a riqueza no breu dos olhos cerrados.
É amplo o mistério, é mísero o conteúdo da cachola;
Faz-se um mundo imaginário de ostentações e glórias.
Na paz, na tez: espelhos do medo de tudo que se é.
É fechado e discreto o inverno: nuvens negras e tempestades
(dentro de si próprio);
É trancado e resignado o verão: sol quente queimando a alma
(desesperando o ódio).
Tem que se deixar ir, deixar o corpo livre ao vento;
O gole de absinto do amor – fluir, e finalmente ruir falsos intentos.
Ouro valioso é a vida: goles de eternidade na água rara bendita;
Abrigo é coração alheio: calor da paixão, dois/todos mundos divididos/inteiros.
(Até mesmo os artistas porcalhões, não deixam jamais sua arte de lado, preferem lugares com clima úmido para esculpirem melhor suas melecas).
André Anlub
22 de outubro de 2018
Despedida XIII
Despedida XIII
(cozinheiro de banquetes)
Quando busca a inovação encontra o aconchego,
Não tem medo, e o mergulho é de cabeça.
Na sinceridade da devoção pelas letras, na fé na escrita,
Na aflição esquecida, morta, afogada na tinta,
Mergulha... e de cabeça.
Solve a arte, respira até pirar, come a arte,
Sente, brinca, briga e se esbalda.
Balde de água fria, quando ele quer que seja;
Balde de água quente, quando ele quer que ferva.
Na construção das linhas, ele sonha...
É um gigante em solo de gigantes (é um ser igual).
Nada é pequeno ou menos, mas ele é gigantesco;
Nada é estranho no pensamento sereno. (a mente é sã)
Criou algo mais do que o passo à frente,
Excedeu-se, ousou – usou e abusou.
Chegou a ser inconsequente...
Até achou que passou rente do perfeito (foi bem feito),
Pois assim tentará mais e mais, e irá tentar sempre.
E aquele gigante, aquele ser igual?
Foi para terras inóspitas e foi jogar novas sementes,
Agarrar novidades e desbravar castos campos.
E aquele cozinheiro?
(sonhou e se levou)
Cozinhou pratos raros e fabricou azeites,
Adornou a mesa com belos enfeites,
Chamou parentes, chamou amigos,
Encarou os indigestos...
Assim tornou-se quase um guerreiro,
Escritor, amigo, artista, rico e mendigo,
Cozinheiro de banquetes, ritos e festas...
Tornou-se gente e verdadeiro.
André Anlub
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Biografia quase completa

Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Ontem tarde esqueci seu nome... Mas hoje cedo me lembrei de que isso não faz/fazia/fará a menor diferença. As melhores opções nem sempre s...
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https://www.facebook.com/photo/?fbid=8464289903657210&set=a.831681423584801 50 milhões de dólares pelos vídeos do Justin Bieber fazend...
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A propósito das declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre a descriminalização do aborto no Brasil. ...