Isadora
de madeira
Desabrochando
a vida na beleza do lírio
No
quintal, ao pé do pé de tâmara
Começa
o dia com o vento ligeiro
Brisa
fria que lhe acaricia a face.
No
enlace do tempo há inúmeras lembranças
Nos
seus olhos que refletem as altas montanhas
O
coração ainda segue quente de amor
Mãos
calejadas e talentosas
Esculpem
Em
madeira nobre
O
rosto de Isadora.
Amor
perdido na foice do vento que passou
Foi
há tempos
Foi
doença.
Na
madeira e nos sonhos, ele a tem de volta
São
noites longas
Noites
quentes e belas
Vozes
e camas
Portas
e janelas
Sussurros
e gemidos
Tudo
esfria no frio que lhe acorda.
Jamais
sorriu tão grandemente
Esconde
seus jovens brancos dentes
Bem
próximo aos amarelados caninos.
Na
saudade de extintas vertentes
De
doces carinhos e fragores
No
mesmo medo e calafrio
Da
próxima noite não haver sonho.
André
Anlub®
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