E o ar corre solto
Qual o problema em não ser tão óbvio?
Será visto com maus olhos e/ou cairá na boca das más línguas?
Tenha a liberdade para viver
abrindo a porta do amanhã, do seu fado.
lapidado, bem acabado
na arte final do mais talentoso e fantasioso artista.
Venha aqui para perto, quero lhe contar um segredo
o final do filme da sua existência.
Não sou um deus ou algo parecido
é sua obviedade que é tão transparente
a ponto de ser redundante
e ficar escrito nos seus olhos
na sua voz e suas pegadas
a cada instante.
Mude, e diga-me o que sente ao rasgar o tempo
sem clemência, sem apreensão
totalmente à vontade
despretensioso, ou não.
Diga-me que é um prazer não ver as horas passando
quando cada segundo é aproveitado
cada mexer dos ponteiros
sem serem notados.
Mas não achincalhe com o tempo
nem por um minuto.
Os ventos vivem nos dizendo coisas novas
trazendo novos cheiros, aforismos
sorrisos e insultos.
Diga-me o que sente
vendo o ar correndo solto
batendo as janelas
balançando as árvores
ondulando o lago.
Quiçá uma revolta
que nunca dá em nada
mas que mantém a alma vivendo.
André Anlub®
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