Camuflagens
Pés são peritos em caminhos e histórias
e ao longo do tempo vão deixando as marcas
que somem com as águas, com os ventos
com as mágoas e memórias.
Ontem alguém quis se aprofundar na fábula, pisar mais fundo
ter sido capaz de fazer seu mundo...
Faltou coragem e sobrou medo.
Caiu aquele vaso do canto da sala
veio uma pá, veio uma vassoura
não sobrou nada!
Apenas o espaço do vaso vazio...
Apenas o choro do menino travesso...
Que derrubou o vaso.
Pés vêm e vão num desenhar profundo
colorindo os destinos e os acasos
descolorindo sentimentos e estilhaçando amores.
Pés são covardes!
Observam, espreitados, o mundo novo.
Não se metem onde não foram chamados
e ao ouvirem a ordem, se fazem de coitados
mas são impetuosos.
Hoje ninguém mais quer se aprofundar na fábula
pisam raso e criam fictícias imagens.
O medo pinta o corpo da cor que lhe convém
trata a chama com desdém
e no vai e vem dos pés
os vestem com o pior das camuflagens.
André Anlub®
(19/12/13)
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