Seda pura na pele
O corpo foi na onda,
Forte e firme em direção ao sossego;
O medo caminhava longe, descalço e bêbado.
O abraço (prévia do beijo) fez-se ao relento:
Onde mais poderia ser?
O trabalho, mais que merecido, aparecido, beirava um milagre;
Amizades afiadas, a moeda separada para o possível troco do pão.
Suadas mãos...
Na toada do tempo que diz ainda haver o intento,
Nesse movimento e em todos,
Para toda criação.
Tintas aquecidas: fervem, borbulham, tremulam, brilham...
Tantas esquecidas, agora ressuscitam.
Por trás dos pesadelos estão as musas
Com seus corpos tatuados de desejo e despudor.
São cordeiras com seus contornos que deslumbram,
Preparando os retratos dos fetiches do sonhador.
E posam quase nuas,
Apenas a peça de seda pura de paixão.
André Anlub
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