E agora deixo a sorte
Ir tomando posse, assim, aos poucos.
Vejo a felicidade surgindo sublime,
Como eu sonho que deveria ser...
Destinada a todos.
A epopeia de Denise (caixa de Pandora)
(5/5/10)
Como se começa uma história?
Algo que pode ter acontecido...
E se a mesma não existe na memória,
Posto que seja um fictício ocorrido:
Denise caminha em uma praia
E mesmo que o sol não raia
Sua alegria insiste.
Depara-se com uma caixa,
Um baú velho e pequeno...
O abre, deixando escapar um veneno.
A caixa...
Dentro havia um sonho,
Que a remeteu a outros lugares,
Voava por entre vales,
Sentia na face leve brisa gélida.
Despiu-se de todos os seus disfarces,
Reviu todos que já se foram,
(todos que por ela eram amados e ela por eles).
Viu a morte que passou tão rápida e inexpressiva
Que na verdade poderia se tratar de uma nuvem negra...
(nuvem pequena e inútil)
(...) Essa nuvem que não faz chuva,
Mas dependendo do ponto de vista,
Pode fazer sombra e tirar o reinado do sol.
Ela voou sobre a ilha de páscoa
E sorriu para seus mistérios.
Atravessou alguns deltas de rios,
Do Parnaíba ao Nilo.
Ao anoitecer viu paris,
Sentiu seus perfumes.
Por um momento os odores a levaram a campos,
Como se ela estivesse presa numa redoma de vidro...
Foi testemunha do nascimento
De uma pequena aldeia:
África.
Os lugares voltavam no tempo,
Homens pré-históricos surgiam em grupos,
Perseguiam mamutes,
Comiam com as mãos...
(descobriram o fogo, a violência e a pretensão).
Ninguém podia vê-la, sequer ouvi-la,
E tantas coisas para dizer, ensinar e aprender.
E assim, de repente, tudo foi simplificado a um só casal de humanos,
Voltando em segundos ao atual e normal.
Pode ver tanta coisa e estar em tantos lugares,
Mas ao retornar desse sonho tão real,
A realidade maior a esperava...
Ela não pode encontrar quem seria prioritário:
Quem responderia suas recentes
E antigas perguntas?
Quem a acolheria
E daria afagos e força?
Quem a conhecia como ninguém...
Ninguém mais que, talvez...
Talvez, ela mesma.
André Anlub
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