Samba do crioulo doido na casa da mãe Joana
(André Anlub - 5/7/14)
Tudo naquela bolha de sabão,
O mundo, o universo, as aves, o mar...
Tudo coloridamente alucinatório
Na majestosa bolha de sabão.
Chegam os louros de toda a vitória:
O pódio, as coroas de flores,
A beijoca aqui e outra acolá;
Chega o conforto num colchão de molas,
Vão-se os odores de podre
Do peixe dourado morto;
Vão-se as duradouras dores
No ponto morto das costas.
Cada pétala dessa certa rosa
Coloriu-se com as cores preferidas de todos,
Foi um bafafá, foi uma correria – para aqui, para lá.
O canto esfarela e professa
Dançando com cada caravana sem freio,
Ri dos ventos úmidos
Que não deixam as fardagens secarem nos céus,
Mas chora com seu som abafado
Pelo sol escaldante
Pendurado na ponta da lança de um Deus.
Seriam sonhos?
Ergueram os mais belos castelos,
Barro por barro, pedra por pedra,
Para depois deixarem vazios, sem libertinagens, sem histórias...
Só com o eco do silêncio, com o vazio e o tempo,
Com a fantasia de um achismo simplório.
Não, não se vê mais um tesouro que nos atrai,
Tampouco a arca vazia.
Alguém o roubou e levou para muito longe
(além da estrada)
E esse alguém morre de sede ou de fome (e fica a arca)...
Um anjo a viu em lugar deserto aonde ninguém ia,
Ninguém fala, canta, late ou mia,
Ninguém vai.
E ficou a arca... ficou a arca com a morte,
Ficou a arca com a morte e a foice
Ficou a arca, a morte, a foice e a lança...
Ficaram os quatro para a próxima ganância.
Desculpe gostei muinto das poesias Andre
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