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Posted by X Games on Domingo, 21 de junho de 2015
Dueto da tarde (CLXXXIV)
Olhar a angústia e ter espaço para olhar algo mais que a angústia.
Muito além do alcance dos olhos, até ultrapassar onde reside o entendimento.
Muito depois da última fronteira, começa o (in)continente. Olhar a angústia e morar lá.
De lá dá para ver o lado escuro da lua (ouve-se falar), também se ouve a conversa dos amigos e parentes que já se foram (assim querem acreditar).
Há relatos inacreditáveis sobre o que se deve acreditar. Olhando a angústia, os olhos podem escolher alguns.
Com ela se aprende, se fortalece, se desvenda muito, pois todos já estão aos seus pés, rendidos e desarmados. Ela vem pelo ar, oculta ou previsível, mas vem pelo ar.
O ar que a traz atrai tempestades, cidades desabam, acabam mundos, fundos ficam rasos, atrasos são tirados, irados ficam os desconsolados.
Mas nesse e em todo mau bocado há o pedaço bom, o do aprendizado – que deve sempre existir –, mas ninguém quer aprender com coisas más... Aliás, não querem nem que elas existam.
Insistam e serão mordidos. Autodefesa cega e feroz. Mas além de haver a angústia, há o olhar. E ele pode ter espaço para ir mais adiante.
Há o paradoxo no velho clichê de que o mal não existe sem o bem, e versa-vice; há a limitação da visão, mas há a imaginação que é a visão sem limites.
Imagem em ação. A ação da imagem. Imagine que não está imaginando. Imagine que está vendo. Como o olhar para algo além da angústia.
Enxergar e aceitar a angústia são quase que materializá-la; é como se pudesse vê-la e tocá-la, sentir a dor e fazê-la clara... mesmo sendo um cego.
Então, se há um caminho, esta é a saída. Se há uma saída, este é o caminho.
Rogério Camargo e André Anlub
(21/6/15)
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