(André Anlub - 3/7/14)
Vejam só os dois olhinhos, sinceros, impávidos, carregando a expressão das brasas dos entusiasmos. O mundo deles também anda agitado, e ainda mais quando estão juntos; são avejões diversos... no advérbio adjunto do anseio, disponível no plasmático vulcânico... fundiram os neurônios e os versos. Não há relógio no “slow motion”, tampouco o reviver das simples coisas. A caneta dança na folha branca, o sentimento canta a canção que voa... os dois olhinhos são escravos do tempo e o tempo não vive a mercê da porta aberta; não cumpre a cumplicidade que se torna seguro, simplesmente existe e o quase é quase eterno. Asas batendo, colorido das penas, bico bem largo e garras como dentes; com moderação se barganha com a vida, contínua rotina de distrair pensamentos e tapear os momentos e as ideias baldias. Criou-se o hábito saboroso e salutar, começou a lutar com as armas evidentes. Vê a novidade de coisas iguais que nunca foram feitas, reinventa os trejeitos dos seus sujeitos (dá-se um jeito). E a luta contra o colosso imortal continua, o gigante que é anão, que espeta, que apunha, apunhala, compunha a mente incerta, e a luta se enluta no negro alerta. (...) nessa hora os olhos se emocionam mais uma vez, enchem-se d’água e desaguam... E a vida: eles querem entendê-la, desvendá-la, querem enterrá-la para saber sempre onde está; irão confessar até o que nunca fizeram, e pelos campos e cidades aos ventos voarão... Sendo perene ou não, sendo asas de anjo ou dragão.
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