Imagem: © Arkadiusz Branicki
Os tais anos ainda não vividos (21/4/14) - Faça com seus brinquedos de montar aquele casarão da sua imaginação. Coloque janelas aos montes, para nos dias escuros a luz chegar farta e em dias frios o sol entrar com afinco. Coloque enfeites nas paredes, e para consumir o tempo, coloque quadros dos mais confusos. Vieram nuvens gordas e ondas gigantes, trazendo o receio e uma água mais fria. Vieram estranhos trazendo bebidas, e com o sol escaldante acenderam a euforia. Não os tema! São apenas estranhos de boas intenções. Alguns são pescadores de sereias, que fazem vigília no cais; e no caos do silencio das redondezas somente o choro baixinho dos inconformados. Assim forma-se a tal “bola de neve”, já que o tempo é guerreiro e alimenta o imaginário. Assim se leva no jeito de jeito, o que se faz de gosto na grama ainda mais verde. Foi-se o corpo à mercê de mil ventos, em asas longas de longas sombras e penas douradas de puro ouro. Passou ao lado do falcão peregrino, deixando seu som, sua beleza e pudor. Acabou com a lamúria da vizinhança, transformando todos em agitados meninos. Dorme agora... O casarão iluminado pela luz da lua que entra pela janela da vida. Sonha agora... Mergulhando no silêncio da madrugada, alimentando-se da saudade cultivada e também dos anos ainda não vividos. Estamos muito compenetrados nas nossas distrações, a tal modo que muitas vezes nos flagramos dançando sem música e assim seguimos até o final do disco.
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