Fiz-me um Monge, tornei-me melhor e deduzi:
Tudo sempre esteve aqui, no “inside”.
Agora, mais velho,
Descobri que aquilo não era esperteza, e sim covardia.
Agora tenho o hábito de seguir meu caminho,
Escolho muros e morros e encaro o vendaval...
O aval alheio e o olheiro não me ferem,
E que se ferrem a frase feita e o sorriso banal.
Gente grande que não perdeu o seu ser guri interior;
Com o odor de alfazema fez-se a cama para nós dois.
Há lençóis de puro linho; há o ninho de desatados nós;
Voo das aves livres e os alvitres e os entraves e os sonhos e o etecetera e tal.
Fiz-me de Santo, mas não deu muito certo;
O esperto no ímpeto se envolve no manto preto da cama
Com a amada acalorada e a reciprocidade do fidedigno amor.
Há lençóis de algodão egípcio; há resquício de farelos de pão;
Fotografia antiga na parede, o vinho de safra apropriada na mão
E a janela de vidro me separando do mundo e do mal.
Quero ouvir a verve gritando,
ao mundo, ao pouco,
como louca rara;
preciso da sua leitura,
de corpo nu em noite tão escura,
que nem estrelas deram as caras.
André Anlub
(27/1/15)
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