Nas areias da praia inabitada de sua alma
Caiu, de súbito, aquele imenso raio
Transformou-se no mais resistente vidro
Ninguém vê, ninguém pisa e ninguém quebra.
A perspectiva de um admirável amor
Faz bater o peito num ritmo frenético
E é diurético no sangue que corre ligeiro
Feito um vírus bom, que espalha e entorpece.
Como uma cena em um teatro, à meia luz
O espectador levanta e ovaciona
Palmas ecoam por toda a realidade
Fazem ondas que sorriem,
Pelos mares, areias...
E pelos lençóis.
Sentimento inquestionável - inquieto
Incluso e visível até no breu mais profundo
Transformou-se e foi transformador
Agigantou-se - tocou o céu.
André Anlub
Dentro dos olhos
Nos teus olhos pareço escutar
O amor que ecoa sem fim.
Há de abafar o sombrio
O nublado e o vazio
O banal e chinfrim.
Teus olhos me dizem a senha
De todos os cofres e portas
Das caixas de aço ou madeira
Que guardam respostas.
Perguntas da morte e da vida
Que usamos de lenha.
Fogueira pertinente
De insistente clamor
No real e nos sonhos...
De onde viemos
Para onde vamos
E quem somos?
Olhos agora vidrados
Cálidos e seguros
Olhos com extrema audácia.
Olhos de afeição
De infinitos “eu te amo”
De muitos outros planos
Muito além daquela simples galáxia.
Olhos que jamais sucumbem
De finos “douros”
Que jamais desbotam
Galgando brilho
Em pleno arco-íris
Abrindo o baú de ouro.
Olhos que agora se fecham
Entram num breu infinito
De silencio profundo
E sonham comigo.
André Anlub®
(26/03/13)
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