Finalidade da Arte
Abraço o pincel como se fosse meu pai:
Chega de despedida, chega de adeus;
A inspiração chegou, a timidez se foi
Sou Netuno, Odin, Zeus.
Faço um traço, entro em ação,
Cores dimanam do meu pensar;
Encéfalo explode, ogiva nuclear:
Arco-íris, cogumelo, refração.
Começam a germinar imagens...
Transpor o que tinha na gaveta da mente;
Minhas passagens, viagens incoerentes
Saem absolutos, imponentes, pelas mãos.
Os "nãos" e os "sins" de outras épocas ou horas
Conspurcam a tela branca...
Formam uma figura que desbanca
A imaginação do artista, sua história.
E pronto, o rebento lindo e bem-vindo,
Ali, à sua frente, imaculado...
É mais uma obra, quase do divino,
Da verve, alento, do artista amado.
Gosto de pintar, gosto de poesia, de escrever, tocar bateria; gosto de viver longe da vida vazia... faço das artes minha orgia.
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