Janela aberta, o tempo congela, o olhar foca fixo no horizonte;
Vê-se a sombra crescendo, vindo, e o pôr-do-sol adjacente.
Isso talvez seja o início de algum dos livros da estante,
Ou somente o montante dos meus sonhos inacabados de sempre.
Não devemos viver para ficar bem na foto; devemos viver para fotografar...
Há de se abafar os que gritam; mas também há de se calar para ouvi-los.
Quem se puser por livre e espontânea vontade na frente da lente da vida,
Correrá um risco tremendo de se conhecer e talvez não gostar.
O olhar de quem acha é o olhar de quem perde: ache, peque, perca.
Conheceu-se e foi mais justo consigo e com os que o cerca.
A paixão muda de meta, mas continua sendo seu o amor;
A ousadia continua na meta, mas nunca será só sua qualquer possível dor.
Perdemos as lacunas quando não deixamos espaços para um escrever o outro.
No oco das lacunas residem as mais suntuosas pinturas e frases.
Poderíamos passar o resto da vida abrindo janelas e pintando quadros...
Mas não é preciso, temos a luz e o amor aqui dentro, ao nosso encontro.
Amo-te mais do que a minha própria vida;
Mas no momento esta afirmativa e uma enorme redundância.
André Anlub
(6/11/17)
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