Das Loucuras (um dia é da caça, o outro é do gato)
Certa vez disse Zé sem compreender muito bem:
“Paixão pelos gatos – não entendo um vintém”
Mas depois de tempos deu luz uma explicação:
O gato é casca-grossa, formoso, sereno;
O bichano é ameno, charmoso, brincalhão,
É dócil, submisso, tem compromisso – comunhão...
Mas tão-somente e assaz quando isso convém!
– Assim como o Zé que Zé conhece tão bem.
Olhos na gata e no rato, e ainda sobra pro peixe.
Passeando em telhas ocasionando goteiras,
Mas matando mil pragas – pois é nada indefeso;
Agil na camuflagem – principal adereço.
Por onde anda o menino que tem sete vidas,
Da infância perdida, tal qual gato preso?
Por onde anda o apreço, o abraço, a empatia,
Onde andará a saída se tudo é avesso?
O Zé cresceu e esqueceu todos os endereços,
Da sua vida de gato, da sua alma vadia.
A esperança de hoje morreu sete vezes,
Na tempestade grossa do calibre do medo.
André Anlub®
(15/1/17)
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