Três poemas com a palavra "unicamente":
Pequenas empáfias
Aves que voam no além-mar
A dois, três metros da água
Sentindo a salinidade existente
Liberdade de tocar a epiderme da vida.
Aves migratórias de voos extensos
Atravessam continentes com suas asas enérgicas
Veem de um modo que nem em sonho o homem vê
A brisa é sua amiga e confidente.
Tudo se torna fácil na simplicidade
O belo, salutar e o generoso são corriqueiros
O natural é unicamente natural
E nada faz falta ter o intelecto.
Alguém lá em cima sorri
Ri de nossa soberba
Ri quando vemos um colibri
Ri quando voamos em asas de aço.
André Anlub
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Estrada insana
Não há razão para encarar essa estrada insana, alucinada...
Dizem que vale a recompensa e o amor é tudo.
Se pegar o caminho será apenas de mala, cuia, bota de couro e queixo erguido.
A bota protege das cobras...
Quais? - Cobras travestidas de amizade, segurança e boas intenções.
A princípio não precisará de mais nada, pois se há mergulho é unicamente de cabeça...
variando entre sorrisos e seriedades durante a queda.
Larga-se quietude – pega-se insegurança –, e determinado vai-se seguindo.
A estrada muitas vezes sangra: fortes chuvas que parecem horizontais.
O barro vermelho surge e se acumula nas beiradas formando esculturas de devaneios
que arregalam e alegram os olhos.
Às vezes levam a um sorriso – a uma alegria –, e dão mais força no delírio do caminho.
Às vezes a estrada enche, há a necessidade de nadar e se nada muito.
Sem barcos, sem boias, sem joias, sem glórias, somente com os sonhos.
Às vezes é seca e solo rachado, com inúmeras voçorocas dando a impressão que nos fitam e chamam para transpô-las.
E mesmo com chuva forte, vento, buracos, percalços, se segue em frete com força ou fraco, coragem ou covardia e quase sempre sem perceber.
André Anlub®
(8/5/13)
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Pérola na Ostra
Palavras soltas, indo com o vento
São como as idéias que habitam a escuridão
Rebentos que eu mesmo invento
Pura e unicamente classificados de suposição
O julgamento final de minhas ações
Tal qual as palavras que deixei de escrever
São unidas com pensamentos em vão
Que desuniram o mais sincero bem querer.
Perdido em vírgulas, parágrafos e pontos
Jogados em papiros com teclas
Que nascem minhas poesias e contos
Sem luzes, escuridão que renega.
Sublinhado pela tinta de corpo e forma
Letras tortas, curvas e retas
Seguindo manuais, escritos nas normas
Sem destino, puramente, sem regras.
Fecho a ostra, guardo as idéias
Desligo-a de uma tal de tomada
Milhões de criatividades são centopéias
Que andam e moram dentro do nada.
André Anlub
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