Coloco nosso “amor” entre aspas
Para que em cada dia que nasça
Possa ter uma definição diferente.
Das Loucuras (na ponta da língua os amores, no resto da boca as paixões)
Um coração apaixonado pela vida e pelo ordinário,
Itinerário mal feito, bem frito, fulgido e mal pago.
Verdadeiro pulsar, tambor de calor que ainda anestesia.
Vinde à vida, brinde a tudo, pois o absurdo é pedir anistia.
A noite chega me beijando o cangote e querendo sexo,
Adentrando pela fresta da razão que ontem rachada então hoje sem nexo.
Vá-se tudo, pois quero ficar só com o meu mundo em meu pedaço...
Na cópula que transborda, feito os olhos que flutuam fitando o espaço.
A gaveta que abro tem pertences, particípio passado,
Tem fotos amareladas, pulseiras, besteiras e anéis de prata.
Aprendi a dar o nó na gravata, mas a bravata é que não achei serventia...
Na luz da noite há o dia largado, na luz do dia desmonte embriagado.
Faça-me o paradoxo de ser osso duro de cristal caindo da mesa...
Venho ver estrelas que já morreram e me dão gosto de viver.
Tão perto de mim mesmo e me querendo distância;
Tão longe da minha pessoa e a saudade de mim é imensa.
Ah meus amores, ficaram em páginas viradas.
Desconheço, não vejo o “fim” desse livro,
Mas a tinta não seca, e engrosso as folhas com sonhos...
Tiragem esgotada.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.