O lado bom da vida é fazer o que gosta
Não pingar colírio em olhos alheios
Viver pra ser invejado é tiro no pé
É egoísmo com a própria alegria
É fazer com a falsidade parceria
É ser Zé Ruela, Zé Mané.
André Anlub®
Ferve de fevereiro
Aquele céu azul turquesa em desvario me olhou sem fim,
Aquele pérfido desvio que abrolhou em mim;
Tal tiro de festim que acerta minhas árduas cobiças,
Meus veios, meus velhos/novos embustes e premissas.
Sou andarilho com zelo de outrora malandro sagaz,
Sou saga, lenda, mito ou talvez nem e nada disso;
Abdico da necessidade de expor o que fui ou sou; já expondo;
Paparico a dona rica do amigo, bom, antigo, verde e grená alambique.
Dito-lhe ao pé do ouvido:
“verde-bílis com preto, verde-bílis com branco,
verde-bílis com verde-nilo, seu primo distante.”
- Li isso em algum lugar;
Acho que poderíamos repintar e avivar os quatro cantos.
O céu agora nublado e um assanhado sanhaço cantando,
Como um tablado branco e você dançando seus passos;
Foram descentes decentes, goela abaixo, quatro copos “quentes”:
(quatro pingas, quatro santos, quatro amigos, quarenta e quatro anos);
Peça imaginária, som e luminária, alma incendiária e (pra rimar)...
Ela – metade marcante da minha faixa etária.
André Anlub
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Dueto LV
É um homem fiel com sua alegria, por esse motivo não faz acordo com dias ruins, nem vez ou outra.
Não abre concessões para não gostar das concessões abertas. Não faz trato com o Demo para não se tornar sócio dele.
É gente comum que comumente mente para se enquadrar em quadros que tapam os estragos nas paredes.
É um homem que passa reto pelas curvas, que se aborrece com o aborrecimento, que não chove com a chuva nem com o guarda-chuva.
Segue alegre sem derrapar nos de repentes; todavia segue toda vida a via que o leva levemente na corrente de bem – de zen – de gente.
É humano, afinal. Não podia fazer nada que os humanos não fazem, afinal. Mesmo que a maior parte deles estranhe o que um deles faça diferente, no final.
Sente-se bem, e prioriza isso! Senta-se à beira do lago com sua vara de pescar, seu sanduiche de atum, sua consciência leve como a brisa que o beija... se deixa.
Não prega a igualdade nem defende seu direito: vive seu direito e deixa o esquerdo viver como quiser.
Afinal, ele está no claro, no escuro ou em cima do muro? Não importa, pois dizem as boas línguas que foi ele quem fez o muro (mas com uma imensa porta).
A porta é generosa: quem entrar entra, quem não quer fica de fora e ela sempre ali, com ele sempre ali – pois ele é ela, como ele é o muro.
Agora um peixe morde sua isca; no mesmo instante que no outro lago, do outro lado do muro, um outro peixe almoça, e enche sua barriga.
É um pescador. Sua pesca é sua alegria. Sua alegria é sua pesca. Há peixe de toda espécie nesta pescaria.
Rogério Camargo e André Anlub
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