Extra, extra!
É pedir muito que o pôr do sol dure um pouco mais?
Que se exponham os rostos rubros e os sorrisos nobres
num tempo raso, que se faça um brilho nas gotas dos prantos
enquanto descem pelo canto do rosto, até a boca
com gosto salgado de solidão.
Já conhecemos essa rotina, decoramos o roteiro
somos atores e diretores dessa trama.
Sem ou com paixão correspondida e final feliz
ao som, ou não, do mais belo fundo musical
queremos somente que nunca deixe de acontecer
pois amamos esse fardo.
É aquela corrida contra nós mesmos
revelando nosso íntimo nas primeiras páginas dos jornais da vida.
Extra, extra!
Somos como cães vagabundos
cambaleando pelas alamedas de sonhos
atrás de mais um prato de comida
do calor, da proteção da chuva
atrás do mais sincero tesouro.
E nesse minuto, o tempo se foi
o sol se pôs.
Agora vou-me no breu do desconhecido
no medo de esquecer o que é medo
e não mais poder fazer parte de tudo isso.
André Anlub®
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