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7 de janeiro de 2017
No tempo certeiro
No tempo certeiro
Hoje meu céu amanheceu encarquilhado
Com tons bucólicos e forma cactácea;
Dentro de um escarcéu de folguedo afundado
Circo pegando fogo; chama em círculo de encruzilhada.
A breve paixão derreteu ao calor da ideia
Escorreu pelo meio-fio; se escondeu na própria sujeira.
De asneira em asneira minha juventude torna-se velha;
De vela em vela rezo a oração de uma vida inteira.
Posso e passo, verso e frente, sou veemente crente;
Logo veio-me um pensamento peremptório:
Eu, engravatado e indiferente, esgaravatava o dente...
Tudo diante e dentro da minha breve memória.
Já fui esnobe, indiferente sem nunca pisar em ovos,
Sacudindo pouco minha alma diante dos belos corpos.
Certa noite caiu mais doce, e meu coração foi usurpado...
Sem culpa ou culpado, sou no amor paciente e derrotado.
André Anlub
(7/1/17)
6 de janeiro de 2017
A mágica do versejar
A mágica do versejar (originalmente escrito em 2006)
De tudo que já vi
Uma coisa me comove
Esse diz que não diz
Esse prende e absolve
Paro e fico pensando
Pego a caneta e "zás"
Encéfalo trabalhando
Um navio deixando o cais
Entro em alto mar
Letras aparecem do além
Velas vou içar
Meu momento zen
Saem algumas escritas
Entram novas lembranças
Desabafos vomitam
Um novo versejar se alcança
Deixo a maré me levar
Não tenho mais remos nem velas
Já sei aonde ancorar
Porto seguro quimera
André Anlub®
5 de janeiro de 2017
E é por ai!
Há aquele pássaro que foge da gaiola, e por dentro sai cantarolando Wild Horses dos Stones, mas pelo bico sai o canto dele mesmo. É animal em extinção, que anda na lenha, no lema e na linha; aquele “ex-tição” que ganha brilho; é tal que tem tal de compaixão, com paixão põe à mesa e na sobremesa assopra as velinhas dos 46 anos (mal ou) bem vividos.
Ótima tarde
Dueto XXIX
(Rogério Camargo e André Anlub)
A coruja entortou o pescoço, olhou todos os lados, arre-galou ainda mais os olhos e sorriu.
Havia visto ou sido vista, havia compreendido ou a compreenderam e ela gostou disto.
Para todos um dia qualquer, para ela não; carregava a sabedoria de saber que cada momento é ímpar.
Sem fazer par-ou-ímpar com a sorte, abriu suas asas de coruja e partiu em busca de seu destino
Avistou um menino, deduziu ser amigo (pelo sorriso); faz tempo que não sente medo, tampouco fome ou frio,
Um menino com uma pedra pesada e cortante em cada mão, um menino que sente medo, fome e frio.
Pousou em um galho alto, mas perto do iminente peri-go; de repente veio um apetite e de brusco um arrepio.
O menino pondera a possibilidade. Tem idade pra saber do certo e do errado, pra saber do conveniente e do não.
Talvez não tenha idade pra saber do belo e do delicado e do sutil e do diáfano que se escondem atrás das aparências,
Mas há um vil desígnio no ar e há tensão e atenção; du-as vidas em desafio nos ritmos estonteantes em união.
Dois momentos possíveis. As mãos se crispam, aper-tando as pedras. Os olhos se estreitam, apertando a angústia. O coração acelera, apertado pela indecisão. É a vida.
Dueto XXX
(Rogério Camargo e André Anlub)
Havia uma resposta que nunca era dada para uma per-gunta que nunca era feita.
Aquela sensação do ar rarefeito, do vácuo, do nada... espelho frente ao espelho.
As palavras anestesiadas contorciam-se como um se-questrado no porta-malas de um automóvel.
A loucura do ignóbil sobressaia a qualquer grito, qual-quer esquisito fica cabreiro de meter o bedelho
Onde não é chamado, mesmo quando é chamado pela voz interna que inferna-inferniza, quase agoniza por espaço e liberdade.
É “Frontal com Fanta”, talvez uma elefanta voando com asas enormes e o rosto esnobe seja mais possível que qualquer verdade.
Embaixo do tapete mora o tropeço. Embaixo da pedra os vermes prosperam. Embaixo do embaixo a pá não alcança.
Em cima da cabeça um chapéu de cadeira elétrica; lá no topo, no céu, o grito de alerta avisando que falta luz e sobra esperança.
A palavra pode olhar para cima, pode. O dono da pala-vra pode olhar para cima, pode. Mas o mas do mas e o porém do porém são as respostas já.
Já que a “procura” é a loucura necessária que alavanca o corpo, tira da cama, da camisa de força, força viver e viver é a tempestade e a bonança.
(Rogério Camargo e André Anlub)
A coruja entortou o pescoço, olhou todos os lados, arre-galou ainda mais os olhos e sorriu.
Havia visto ou sido vista, havia compreendido ou a compreenderam e ela gostou disto.
Para todos um dia qualquer, para ela não; carregava a sabedoria de saber que cada momento é ímpar.
Sem fazer par-ou-ímpar com a sorte, abriu suas asas de coruja e partiu em busca de seu destino
Avistou um menino, deduziu ser amigo (pelo sorriso); faz tempo que não sente medo, tampouco fome ou frio,
Um menino com uma pedra pesada e cortante em cada mão, um menino que sente medo, fome e frio.
Pousou em um galho alto, mas perto do iminente peri-go; de repente veio um apetite e de brusco um arrepio.
O menino pondera a possibilidade. Tem idade pra saber do certo e do errado, pra saber do conveniente e do não.
Talvez não tenha idade pra saber do belo e do delicado e do sutil e do diáfano que se escondem atrás das aparências,
Mas há um vil desígnio no ar e há tensão e atenção; du-as vidas em desafio nos ritmos estonteantes em união.
Dois momentos possíveis. As mãos se crispam, aper-tando as pedras. Os olhos se estreitam, apertando a angústia. O coração acelera, apertado pela indecisão. É a vida.
Dueto XXX
(Rogério Camargo e André Anlub)
Havia uma resposta que nunca era dada para uma per-gunta que nunca era feita.
Aquela sensação do ar rarefeito, do vácuo, do nada... espelho frente ao espelho.
As palavras anestesiadas contorciam-se como um se-questrado no porta-malas de um automóvel.
A loucura do ignóbil sobressaia a qualquer grito, qual-quer esquisito fica cabreiro de meter o bedelho
Onde não é chamado, mesmo quando é chamado pela voz interna que inferna-inferniza, quase agoniza por espaço e liberdade.
É “Frontal com Fanta”, talvez uma elefanta voando com asas enormes e o rosto esnobe seja mais possível que qualquer verdade.
Embaixo do tapete mora o tropeço. Embaixo da pedra os vermes prosperam. Embaixo do embaixo a pá não alcança.
Em cima da cabeça um chapéu de cadeira elétrica; lá no topo, no céu, o grito de alerta avisando que falta luz e sobra esperança.
A palavra pode olhar para cima, pode. O dono da pala-vra pode olhar para cima, pode. Mas o mas do mas e o porém do porém são as respostas já.
Já que a “procura” é a loucura necessária que alavanca o corpo, tira da cama, da camisa de força, força viver e viver é a tempestade e a bonança.
4 de janeiro de 2017
Ótima noite
Vamos escutar contos das cinco regiões do Brasil? Dia 15/1, às 15h, a Cia. Circo de Trapo conta histórias com a sabedoria e da poesia de diversos povos.
Página: Casa das Rosas
Página: Casa das Rosas
Opa...
Presente de um amigo que conhece todos os meus segredos, fez comigo todas as viagens que fiz – mentais e corporais; me escuta quando falo, é meu confidente, conhece meus gostos, conhece e aceita meus defeitos, divide comigo os mesmos sonhos e medos e sabe o sentido da vida, mas às vezes pega o caminho contrário só para se divertir. Obrigado, André Anlub, há 46 anos ao meu lado!
PALAVRAS (Sylvia Plath)
Golpes
De machado na madeira,
E os ecos!
Ecos que partem
A galope.
A seiva
Jorra como pranto, como
Água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha
Que cai e rola,
Crânio branco
Comido pelas ervas.
Anos depois, na estrada,
Encontro
Essas palavras secas e sem rédeas,
Bater de cascos incansável.
Enquanto do fundo do poço, estrelas fixas
Decidem uma vida.
(tradução de Ana Cristina César)
Conserta-se o estrago
Em escasso tempo algo mais perto docemente apertou...
Tornou-se o meu Eu, em tudo perto, o que foi assaz longe e mau.
Assim como o bom que para já se multiplica em “bons”,
Tudo acaba junto ao pesadelo do que nunca foi real; e eu sou real.
De minha alma nem sei o que poderia dizer o que condiz;
Acabou acalmando e sancionando o que sempre soube.
Sonhos bons e fatos restaurando estragos que outrora tragaram o tempo...
Me trazem aqui – agora, me fazem rir, me fazem nada fingir...
Ser e sou, estar e estou, adotar o viver que me coube.
Se há pintura para mim; se há postura para mim; podo-me.
O café no fim é o fim... e até que enfim no fim do início estou.
Me sinto e me deixo farto; fiz um pacto ao ver o parto da dor.
Recomeço do tempo de não ter minhas mãos de escultor,
Que não podiam e assim explodiam em não me fazer o que sou.
A monotonia que berrava escondia a luz que nunca veio... falsa luz;
Escuridão e ferida, que não existiam por fora, eram bem-vindas por dentro...
Explodem agora no grito uníssono de amor e arte;
E só tem força nos recorrentes pesadelos – faz parte.
Por dentro não há mais adendos de estalos de enfarte;
Só o sorriso de tudo que valeu o nosso combate.
André Anlub
(4/1/17)
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Biografia quase completa

Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Ontem tarde esqueci seu nome... Mas hoje cedo me lembrei de que isso não faz/fazia/fará a menor diferença. As melhores opções nem sempre s...
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https://www.facebook.com/photo/?fbid=8464289903657210&set=a.831681423584801 50 milhões de dólares pelos vídeos do Justin Bieber fazend...
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A propósito das declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre a descriminalização do aborto no Brasil. ...