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Posted by Café PORTUGAL on Sábado, 11 de abril de 2015
Tarde de 29 de abril de 2015 (com um “tico” de “pronto, falei!”)
Veio um cheiro de sopa, aquela que a avó fazia nos tempos de criança... Geralmente quando eu adoecia. De repente é psicológico: o cérebro me pregando uma peça.
A solidão atualmente é momentânea – é tempestade – que passa rápido e me dá até gosto – até gosto – pois refresca. Aprendi a lidar com a solidão não sendo solitário, pois às vezes a escrita pede reclusão e às vezes a leitura o isolamento; há tempos havia muita companhia, mas também um vazio importante a ser preenchido e isso me tornava só e sempre disperso. Achei à escrita, achei o meu Norte. Hoje tenho poucas, mas importantes e essenciais companhias: escrita, companheira, cães e alguns amigos, e sinto-me completo... Acho que amadureci nas carências, pois hoje em dia me conheço melhor; conheço meus defeitos e os assumo sem medo e piedade (é no assumir que se dá o primeiro passo para a correção). Desfoco as certezas (pois já estão certas, o que há de se mexer?) medito e foco absoluto nas incertezas; desconstruo o que me faz mal, pois tudo que faz mal pode e deve ser desmontado e não destruído. Se você destrói algo, acaba deixando destroços que podem vir a atrapalhar no seu caminhar, fazendo-o tropeçar e, por conseguinte, ter que remover do caminho (fazendo novamente um elo com aquilo). Em poética: Sinto sempre que há o toque da aquarela, há o tom certo para cada olhar, fazendo de cada olha a paisagem de gosto. Vidas ambíguas acontecem e não é a falta de tinta, pois nada deve mergulhar ininterruptamente no colorido e/ou no preto e branco. Até porque um e outro são cores. Vidas de umbigos também aparecem, e temos que saber lidar/liquidar/adestrar o ego. O ego é uma das armas mais perigosas existentes no mundo, até mais que o dinheiro. O ego se camufla, se mascara, se maquia, transmuta, diminui e cresce conforme sua necessidade de existência, ostentação, parasitagem e sugação/destruição. Quem domina o ego tem total domínio da imagem, das vitórias e derrotas, dos sentimentos crus e da convivência salutar perante a sociedade. É algo que foge do diálogo raso, de fofocas e intrigas, de manipulações e insolências. O modo mais rápido, fácil e democrático que encontrei para domesticar meu ego foi no autoconhecimento, na meditação e no espelho eterno que crio diante de mim.
André Anlub
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