Tornando-me aquela máquina que não tem opinião, Funciona no automático, nunca sai do controle; a engrenagem devidamente lubrificada e há hora certa para cada função.
Quero o gosto do sal na língua e no corpo, brisa no rosto, e muita areia nas solas dos pés;
Quero ver nova gente, lugares belos, criar outros versos e acordar cada manhã com um curioso viés.
- Nada disso, nada.
Nem a cruz ou a espada,
Nem um milagre instantâneo,
Até viver litorâneo
Com belo cenário da sacada.
- Nada disso, nada!
Nem amor perdido ou achado,
Tampouco o que ganhou no grito,
Nem um gemer sustenido
Que alavanca o ser amado.
- Nada disso, nada.
Se não houver, minha gente
Meu café bem quente.
Quatro em Salvador:
(26/10/13)
I
É no embalo do calor humano,
Arte que grita no urbano;
Salto das classes
Que falam aos ouvidos,
Destemidos artistas do azul infinito...
É de sal e saudade,
De real e sonho,
Esperança e destino.
II
(a merecer)
O por do sol por trás do Farol da Barra,
É barra não me pôr à mercê
Do (so far) rol dos saudosistas.
III
Moqueca e bobó de camarão,
Vatapá, caruru, azeite de dendê,
Sururu, acarajé, pirão e um assado cação;
Viver só é bem bom
Quando é mais, mas muito mais,
Que o bater de um coração.
IV
Salvador de amor de sol generoso
E poderoso sal de mar de amar...
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