Limpeza (Um quê de Bovarismo)
(11/11/13)
A realidade concorre com minhas vertentes,
E elas, céleres e insanas, saem na frente:
- Ouvi dizer que sempre vale a pena.
Faço roleta russa com o imaginário
E nesse voar de um total inventário
Castram-se cobiças e integra-se a pena.
Vozes tendem o som do trovão,
Apocalíptico pisar no vil tédio.
Letras brotam num mata-borrão,
Curam, inebriam quão doce remédio.
- Tenho certeza que vale a pena.
Estouram paixões sempre aludidas,
Cantam canções, danças nas chuvas.
No certo e no cerco um céu de saídas,
Arte que inspira expurgando áureas turvas.
Gosto é gosto, e gosto que gosto:
Gosto de dizer:
Esvazie-me – preencha-me,
Conheça o verso e o avesso,
Rima após rima,
Sabe que deixo!
(...) e depois, ao acordar sozinha,
Vá viver se estou na esquina.
Gosto de gente que vive demonstrando
Que o pouco provável é bastante corriqueiro.
Gosto de terrenos inóspitos,
Provocar meus limites,
Não quero conselhos e odeio palpites.
Gosto do inusitado,
Do ambíguo,
Do inédito
E reinventar o antigo...
Gosto da emoção
De me sentir vivo.
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