
Memórias da Guerra
(André Anlub - 19/4/11)
Em meio a fumaça cinza com um toque avermelhado,
Embaixo de um céu que é testemunha:
Vejo ferros retorcidos, destroços,
Corações calados, que gritam...
Vejo o tempo congelado.
Em meio às ruas esburacadas
Vejo pertences abandonados (abrigos)
Vejo um rio frio...
Rio de cartuchos que tiveram seus projéteis deflagrados,
Todos com nomes - objetivos
Calar um peito inimigo,
Um corpo latente a ser alcançado,
Silenciando-o e roubando-lhe sonhos.
Como o corte de uma navalha,
Como quem tira o doce de uma criança,
Como quem tira o amor e a esperança,
Em troca de uma medalha.
Ainda bem que ninguém taxou de domínio
Pois com o meu cheiro, marquei o terreno
Mostrei os caninos ao meu cruel inimigo
Dediquei-me na íntegra a ser feliz ao extremo.
Foto: Tronco de cajazeira esculpido por mim; madeira resistente, dura, pesada, de mais ou menos 150kg, medindo 110cm extensão por 30cm de circunferência. Detalhe da rolha na lateral que fecha a 'cápsula do tempo': Anotações, fotos, rascunhos e um cartão de memória SD
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.