Parte VI (continuação)
(19/3/12)
Constante Ramos – Copacabana
No bar da esquina tudo a contento
Ampola gelada e aperitivo
E eu já estava tocando minha gaita...
Mas a paz se quebrou naquele exato
momento:
Barulho forte de freio e colisão,
O som vinha da praia
E ecoava em agonia.
Levantei – estiquei o pescoço
Vi o carro em contramão,
Estava pegando fogo
E ainda em movimento.
Corremos para prestar alguma possível
assistência,
Não havia mais carros envolvidos no
acidente.
Juntaram os curiosos – os transeuntes;
Fumaça demais
E o carro queimava na minha frente.
Fui ao quiosque da praia
Peguei um extintor de incêndio,
Havia uma pessoa dentro do carro...
Nas chamas – no volante.
Ao mesmo tempo em que ligavam...
Ambulância – bombeiro.
Aquela cena de fumaça e fogo era chocante.
Mesmo sem poder vê-la
Falava para a pessoa no carro ter calma,
Corri para bem perto usando o extintor
E me sentindo um herói.
Quando extingui o fogo pensei
Que tivesse acabado o tormento,
Mas o ego inflado demais às vezes dói.
Não era uma pessoa,
Era apenas o encosto do assento.
O motorista havia saído muito antes
(pulou do carro andando)
Meu ato heroico havia se tornado amargura,
De mocinho virou louco
(vida nua e crua).
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