Das loucuras (granadas em voo; deus me livre, quem me dera)
Em
terras tórridas americanas,
Nada
por agora tem mais importância,
O
sigilo e a fleuma foram cortados
Pelo
machado de um lenhador.
Sonhos
loucos, tempos que revezam em eras,
Com
a devida relevância...
Joelhos
que vão ao chão – e sangram –,
Clamando
por um novo louvor.
Os
uniformes secam nos varais;
Os
generais secam como uva passa
Num
episódio sinistro do nosso mundo
As
múmias criam vida,
Detém
força,
Absorvem
a raça.
Em
ares de suntuosos azuis,
Outrora
acinzentados,
Vê-se
a esperança
Voando
num zepelim de amores vívidos.
Com
pés descalços,
Que
ao pisar a grama amassam os calos
Seres
absorvem a energia da terra,
Tão
menosprezada em tempos idos.
Sim,
olham uns olhos do futuro;
Não,
brada o mofo do passado.
Nas
correntes que se esticam do orbe ao submundo
Pessoas
prendem felizes os seus braços.
Há
mais medo que chuchu na serra
Teoricamente,
há uma grande reta nessa esfera.
Homens
andam para trás, feito algo que nem posso imaginar...
Tropeçam
nas suas ideias, mas amam tropeçar.
Alguns
acham que tudo se acomoda num quebra-cabeça imenso,
E
outros, e também Osho, acham que há razão para ser.
Assim
como o fogo outrora consumia o verde sem o “te quero ver”,
Nós
se desatam, aumentando ainda mais a corda do bom-senso.
André
Anlub®
(17/1/21)
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Das Loucuras (la vérité surgit de la méprise*)
.
Num telhado qualquer, agora, o gato angorá caolho observa;
Na selva, ao lado do bem-me-quer, há um coelho malhado.
Não há, sob a luz do luar, um trocadilho que salva;
Porém, uma salva de palmas ao mar, ao rio, ao filho, ao jus da alma.
.
Tudo do jeito que deve ser; desse jeito explica-se tudo – peça louca.
Lembra-se da chuva, do sol, ombros amigos, anjos caídos;
Esquece-se do sonho rasteiro, da melancolia, do preço da gasolina...
Comprimidos comprimido pelo cacoete de voar ao céu da boca.
.
Sonhos orgânicos, comidas orgânicas – somos o que comemos...
Entramos/entrando pelos canos – e tudo sem glúten.
É nada absurdo sermos herdeiros do mundo... temos escudos, ao menos.
Tolos e dolos no núcleo do globo – verdadeiro útero... Ferrugem.
.
A sombra cobre toda a praia; todas prenhas, as ondas somem...
Marmotas no mar morto vestidas de salva-vidas: letargo.
As águas-vivas estão mortas; não há lobisomem.
As cenas já foram montadas, no palco atrizes e atores dão o recado:
.
Conclui-se que quando se reza, rezam errado, e nada, e rezo...
E enfim:
*A verdade surge do desprezo.
.
André Anlub
(29/10/17)
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