17 de agosto de 2021

poemas 2011





É logo ali o impossível; 

siga a avenida do livre-arbítrio, 

passe a rua do convencional 

e dobre à esquina do inconcebível.

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2011 poemas


Olhos azuis de cegos 


Jovem, bonita e mortal

Uma crônica cólica romântica pode até ser fatal

Mas para corações fracos e desprotegidos

Quase todos que há.


Ela deixa o sujeito de quatro, febril e sem norte

Clamando pela morte sob o ataque juvenil

Em um labirinto do fauno, entregue a própria sorte

“A inocência tem um poder que o mal não pode imaginar”.


Quando se alcança uma idade avançada há uma predisposição

Uma espécie de paixão pelas coisas mais novas

A luxúria de cunho sexual e erótico movido pela imaginação

O que foi rima vira verso, o que foi verso torna-se prosa.


O poder da juventude é efêmero e nada discreto

Existe o enorme preconceito pelo ultrapassado ou velho

A pureza do novo, que ante visível, assim não é mais reta

Sinuosa estrada que no final volta ao seu início.


Nas margens do caminho há no limite o precipício

O verdadeiro mergulho na vaidade não tem volta ou arrependimento

Faz uma vida de angústia, um ímpio no hospício...

Que vaga por orifícios das seringas de rejuvenescimento.


Enche com silicone os egos

As amarguras com cimento

Vê-se no espelho por um momento...

Com olhos azuis de cegos.


André Anlub

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Concubino erudito II


Chegou manso, 

com aquele papo de ouro

conquista, envolve e absorve.

Se não deu, dá um tempo 

e tenta de novo

naquele clima fresco, 

aquele vinho bom

lareira acesa 

e sentimento em “blow”.


Se já há resposta, atividade!

Com responsabilidade faça de jeito 

e de bom-tom.

Vejo o futuro: - a mulher grávida 

caminhando na praia

saia rodada 

e imensa vontade 

de estar numa festa cálida. 

(pagã)


Para quebrar a leitura

aumento essa coisa fútil

dispensável, absurda

cega, surda e muda

com esse parágrafo inútil.


Volto ao conquistador barato

réu com popular palavreado

engomado, com a boca que dança

ao som da goma de mascar.

O ser mascarado

de louco disfarçado

fazendo crueldade.


Escreve livros invisíveis

Irrisórios (de matar)

sem fim (há de acabar)

e até mesmo sem finalidade.


Por fim surgem infinitos demônios

sem nomes nem rostos

sem breves e longos amores

surgem só para lhe buscar.


Agora vemos as dores

que somem, longe

e deixam os motores

que impulsionam o viver.


É só mais um dia

vida e coração.

Visão apaixonada

do fluxo, sangria

e adoração.


Não há mais a dizer

só abra os olhos 

e permaneça amando.


André Anlub®

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Flecha estimada

A flecha sai sem perigo

Mas atinge certeira o peito

Faz da idolatria o seu jeito

Não há escudo ou abrigo.


Empíreo foi miragem da vida

Largando as inúteis tristezas

Erguendo o amor, realeza

Tem-se ausência da ferida.


Com rugas da concupiscência

Transforma a paixão em excelência

O calor mais ameno agora.


Consorte na alma e espírito

Sussurro que se trocou pelo grito

Velando o amor que aflora.


André Anlub

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Pelas marés II

Será doce despedida – sou descobridor

Afago amargo - sou nauta do amor

De repente um metediço Fenício

Em minha galé de imaginação e ofício.


Por dentro de tempestades – calor e frio

Mesmo sem bússolas - cem ondas gigantes

Convicto e forte, sustento meu brio

As marés e as luas são belas amantes.


Sobra abaixo o mar e acima o céu

Meu coração é um barco de papel

Sei que jamais nada será calmaria.


Mesmo em perigo eu clamo batalha

Se não está a contento, puxo a navalha

Corto nossos laços, futura vida sombria.


André Anlub

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Falho

Falho se tentar ser coerente

Se o real sentimento vem à tona

Quebra qualquer elo de corrente

Fagulha que se transforma em vulcão.


Falho se falsificar emoção

Escrito nas estrelas e na testa

Falácia que grita sem noção

A verdade é sempre o que resta.


Falho se não doar meu total afago

Cito as mentes balzaquianas

Tendo experimentado o amargo

São novas “Amélias e Joanas”.


Falho se achar que nunca falho

Pois sou de carne e de osso

Emoção acima do pescoço

Coração aberto com talho.


André Anlub

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.