Trem de perfume e fumaça
Não se sabe se o perfume se espalhou
Pelos bosques coloridos e imagéticos.
Na nossa aldeia, logo, logo, deflagrou:
O colírio, canto lírico e poético.
A proeza dos sãos bardos atracou
Lá no cais latem os cães dos letrados.
Viu-se o verso no reverso - só versar.
Fez-se a música que alindou o ser amado.
Bela a rima morro acima – No luar.
Brilho forte do sorriso – A majestade.
O vai e vem ao som do trem deixou saudade.
De joelhos o anel da união, juramento que testemunha
A branca garça.
Iluminou o casto amor do sim sem não.
E foi-se o trem - longa estrada...
fica fumaça...
-----------------
Ferve de fevereiro
Aquele céu azul turquesa em desvario me olhou sem fim, aquele pérfido desvio que abrolhou em mim;
tal tiro de festim que acerta minhas árduas cobiças,
meus veios, meus velhos/novos embustes e premissas.
Sou andarilho com zelo de outrora malandro sagaz,
sou saga, lenda, mito ou talvez nem e nada disso.
Abdico da necessidade de expor o que fui ou sou; já expondo; paparico a dona rica do amigo, bom, antigo, verde e grená alambique. Dito-lhe ao pé do ouvido:
“verde-bílis com preto, verde-bílis com branco, verde-bílis com verde-nilo, seu primo distante.” - Li isso em algum lugar; acho que poderíamos repintar e avivar os quatro cantos. O céu agora nublado e um assanhado sanhaço cantando, como um tablado branco e você dançando seus passos. Foram descentes decentes, goela abaixo, quatro copos “quentes”: (quatro pingas, quatro santos, quatro amigos, quarenta e quatro anos); peça imaginária, som e luminária, alma incendiária e (pra rimar)... ela – metade marcante da minha faixa etária.
André Anlub
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.