Ser modesto e ser medonho
Os olhos vêem, o coração sente
Palavras soltas, versos obscenos
A língua passa por entre os dentes
As mesmas cenas passam a minha frente
Não me amofino, restou só eu
Absolvido por um talvez
Na sua vez, uma ré sofrida
Que nessa vida pagou o que fez
Todas as sombras são desejos
O seu jeito quase assombra
Unicórnio com dois chifres
Eu quero é mais, aceito a honra
Nesse mundo alheio
Ser um ser bem pequeno
Um pingo d’água, uma semente
Vagamente um grão de areia
O que restou da mágoa
Por entre o concreto e o abstrato
Estar perto ou em um sonho
Ser modesto e ser medonho
Um gambá ou ser um gato
Em todo canto procuro
Bem longe e próximo do mundo
Ser parte do seu rebanho.
André Anlub
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