Tattoo que fiz em 2011 baseada na arte de xilogravura de Antonio Silvino
Os cavalos, as tulipas e uma vida
(Continuação de “se todas as tulipas fossem negras”)
Meu cavalo relinchou por comida
Quer algo esquecido e sem fim.
Quer banquete farto e antigo
Quer minhas loucas iguarias
Pois já está farto de capim.
Meu cavalo veio à minha porta
Nessa torta manhã de domingo.
Ouvi com delicadeza sua clemência
E chorei feito menino.
Mais uma vez só vejo as tulipas negras
E o verão mergulhado no inverno.
O inferno com suas portas abertas
Badalou os sinos
E colocou o capacho de “bem-vindo”.
Mas, minha gente amiga...
Beijo a vida vadia.
Deem-me as mãos, me deem guarida
Não quero ser julgado, é covardia.
Como réu confesso, meu cavalo se vai
Some ao longe, pelo canto da estrada.
Sua estada é sempre trágica
E, como mágica, ressuscita as tulipas.
André Anlub®
(7/6/13)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.