Dueto XCV
(André Anlub e Rogério Camargo)
Os ecos de versos abruptos e duros martelavam sua ca-beça de forma bárbara e ininterrupta,
Como o grito de uma paixão equivocada, trepidando na noite da alma e mudando as estrelas de lugar.
Enfastiado e confuso e oprimido sentia-se espremido como num grito um ruído e fosse o planeta sua cabeça.
Em torno de que sol girava? Ou só girava, sem sol em torno? Os ritmos agrestes da poesia não feita calavam e ao mesmo tempo nasciam do eclipse exposto aos olhos antes ofus-cados.
A elipse das imagens evitava o colapso da (des)inspiração. Buscava chão no céu e encontrava.
Assim tudo novamente tornava-se eco. Ou nunca dei-xou de ser, apenas perdeu força? As letras se reagruparam e a poesia se fez em lume presente (visualmente/sonoramente).
Era ele nela, era ela nele e a cabeça procurando ponto de apoio onde os pontos de apoio em nada se/a apoiavam.
Estavam no tal espaço que carece de gravidade e pede encarecidamente liberdade. É o ponto e a hora de ir ao ponto da sagacidade.
Esticar a mão e colher o fruto, mesmo que a árvore não esteja ali. Deixar a inspiração ir a mais – fluir – atingir outras ideias e tanger – tingir outros ideais.
Pode não ser o ideal, mas é o que ele tem. E é com o que ele fica.
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