Folhas Amassadas
Toquei sua face, enxuguei o pranto,
Limpei seus lábios que mordeu e sangrou.
Desfiz suas longas tranças – aquelas para nos salvar,
Descer do nosso fantasioso castelo em chamas,
Nesse farto fogo que você ateou.
Tudo muito claro, pintura e poesia em jogo,
Mais uma vez do jeito que almejou.
As rimas muito falhas, telas e folhas amassadas,
Parecem toalhas sujas que por fim deixou.
O vento bate à porta, a torta de amora ficou pronta,
A chave cai ao chão e o nosso fogo se apagou.
Demonstro minha fraqueza, alguém logo me aponta,
Procuro em todo canto aquilo que você já achou.
Seus dedos bulem minha ruborizada face de coitado mor,
Esnoba-me bem baixinho – rasteiro – ao pé do ouvido,
Trata-me como infeliz, como um qualquer, vil indivíduo...
Duvido que na sua vida não sou de ruim a pior.
Enfim... os poemas saem sujos, magníficos detalhes,
Bandeiras perfuradas pelas flechas dos cupidos;
Carrancas dos navios, nada vazios, belos entalhes;
Os guerreiros Nórdicos nunca nos darão ouvidos.
E nessas folhas, não tenho vergonha de dizer:
Muito antes de ser mania, moda, e para muitos, bonito...
A nossa turma de rua fazia suas sobrancelhas!
Eu, por exemplo, tenho cinco pontos na da esquerda e seis na da direita.
André Anlub
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