Jovem reinado do velho Rei (23/11/14)
É duro, é mau, um trabalho pesado
– mal pago e demasiadamente cansativo;
É puro osso, mas é bom...
Vale a pena tal masoquismo – maniqueísmo.
Será?
Se liga que a opção é entrar em ação,
Largar a ração e comer caviar;
Vem cá, ver ar e respirar fundo,
Pois o fundo do poço sobrou ao cinismo.
Achei meu chiclete perdido no fundo da bolsa,
Amassado, solitário,
Ainda cheiroso e macio;
Achei meu clichê perdido na ponta da língua,
Engomado, acompanhado,
Ainda leso e embirrado, clamando pela soltura...
Por um fio!
E aquela formosa lacuna a ser preenchida?
- Talvez por um novo amor, um amor verdadeiro,
Com alma e cheiro – boca sedenta
Pintada de magenta e um ar de loucura.
E aquele tempo perdido?
- Talvez um sexo mal feito, um rasgo no peito
E o ardo compromisso de não ser omisso
E se dar por inteiro enlameando-se no ofício.
Eis um novo reinado de um grande palácio,
Com mais de cem quartos,
Sem seios fartos, orgia e folia...
Eco solitário na imensidão do vazio.
Quem seria o amor de ontem
Que ainda toca no hoje
Com o largo risco
De continuar tocando no amanhã?
O Rei é seu amigo:
Vá comer em sua mesa,
Devorar seus queijos
E se afogar nos vinhos.
O Rei é seu umbigo:
Não é preciso tirar proveito de quem a ama,
Esquecer seus beijos
E se afogar em outros ninhos.
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