Nem vale a pena esperar mais; o descontrole é absoluto...
No dissoluto do tempo, a brincadeira mais sem noção.
Vejo-me a cada dia com a barba maior e o cabelo mais ralo;
Caio rápido no fundo do poço de um buraco sem fundo.
Há de se ver uma saída nesses traços deixados no papel:
No mar calmo um sonho; na alma desnuda uma quimera...
Assim como abelhas homicidas que cercam a doçura do mel,
É a força que tive e tenho para erguer a espada nessa era.
De pé – ontem –, na sacada da vida vacilei;
Eram quarenta e seis andares de queda.
Poderia suportar até cem? Realmente não sei...
Minha armadura anda amarrotada pela guerra.
Deitado descanso fazendo estratagemas com a paz...
Sou afortunado por não ter escapulido por um triz;
Pé à frente, fé atrás, rosas em canos de fuzis, “aqui jaz”...
O que eu não suporto é viver arrependido pelo que não fiz.
De pé – hoje –, acho que vale a pena qualquer espera,
Pois o real controle sempre estará em nossas mãos;
Ainda suportaria mais um milhão de apegos em vão,
Mas sem a incumbência da perfeição que impera.
André Anlub
(1/8/17)
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