14 de dezembro de 2022
Ana de Armas
11 de dezembro de 2022
Excelente semana a todos! Eleições 2022
27 de novembro de 2022
16 de novembro de 2022
O DESABAFO DE ISABEL
O DESABAFO DE ISABEL
"Meu nome é Isabel, joguei vôlei na seleção brasileira, representei o Brasil por muitos anos. Resolvi escrever essa carta aberta, não para falar de esporte, mas para falar da cultura, porque acredito que só pude ser a jogadora que fui e a pessoa que sou graças aos filmes que vi, aos livros que li, às músicas que ouvi, às histórias que minha avó me contava. Minha mãe era professora e escritora, amava os livros, adorava música, e foi ela quem me apresentou a Chico Buarque, Caetano, Cartola, Luiz Melodia, entre tantos grandes compositores brasileiros. Lembro, quando chegava do treino muito cansada, que me deitava no sofá e ela me falava dos poetas que amava: Bandeira, Joao Cabral, Cecília Meirelles, Drummond.... Hoje tenho certeza que aquela atmosfera foi muito importante na minha formação.
Quantas vezes, ouvindo e dançando as músicas de Gilberto Gil com Jacqueline , a grande campeã Olímpica, comemoramos vitórias e tentamos esquecer a dor de algumas derrotas. Lembro também do impacto que senti, aos 18 anos, quando assisti ao filme “Tudo Bem”, de Arnaldo Jabor, com a incrível Fernanda Montenegro e um elenco de craques. Aos 17, assisti “Trate-me Leão”, peça que inspirou toda uma geração. Quantas vezes, os livros me transportaram para outros universos e me permitiram aliviar as tensões das quadras.
Pois é, depois de um ano de governo Bolsonaro, preciso expressar meu horror com o que tem acontecido com a cultura. É muito duro ouvir os insultos que foram proferidos contra Fernanda Montenegro; ver Chico Buarque ganhar o prêmio Camões, maior prêmio da língua portuguesa, sem que o presidente cumprimente ou comemore o feito; testemunhar a morte de João Gilberto, um dos maiores compositores brasileiros sem que nenhuma homenagem tenha sido feita pelo governo. É estarrecedor saber que nosso cinema é premiado lá fora e atacado aqui dentro; ver o ataque brutal à casa de Rui Barbosa, com as exonerações dos pesquisadores que eram a alma e o coração daquela instituição. E como se não bastassem esses exemplos de barbaridade, assistimos ainda o constante flerte do governo com a censura.
Essa carta é só pra dizer que eu me sinto muito ofendida, senhor Bolsonaro. Não sou uma intelectual, sou uma cidadã brasileira que acredita que a cultura é essencial para qualquer pessoa. Ela só existe ser for plural, em todas as formas de expressão. Por meio dela, formamos a nossa identidade. Se esse governo não gosta do nosso cinema, da nossa música, dos nossos escritores, eu quero dizer que eu e uma enorme parte dos brasileiros gostamos. Não aguento mais assistir a tantos absurdos calada. Vocês estão ofendendo uma grande parcela do povo brasileiro.
Aprendi no esporte que é fundamental respeitar as diferenças e saber que elas são enriquecedoras em todos os aspectos. Aprendi que é fundamental respeitar os adversários , e não tratá-los como inimigos. Compreendi, vivendo no esporte, o quanto é importante ser democrático. Inspire-se no esporte, senhor presidente! O senhor foi eleito democraticamente. Governe democraticamente, e não apenas para quem pensa como o senhor. Hoje eu pensei muito nos rumos da cultura, porque lembrei da minha querida avó, que me levava, quando menina, para passear nos jardins da casa de Rui Barbosa..."
A carta/desabafo de Isabel. 01/2020
11 de novembro de 2022
Gal Eterna
4 de novembro de 2022
Olhos e mãos (dueto)
16 de outubro de 2022
Darth Vader vs Resistência
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Das Loucuras (transparente como a telha da varanda)
Vendo no espelho o cocuruto reluzente,
Iluminado pelo sol que vem agora,
Através da telha larga e transparente
Vejo que ausente é a telha em minha cachola.
Sinto-me uma hiena sorridente,
Num mundo louco que só quer que você adoeça...
Não salgue o meu ser – antes que me lembre;
Não adoce meu café – antes que me esqueça.
Pela absolvição dos meus pecados
Sairei em busca do que desconheço por agora.
Deixarei sinal de fumaça e bilhete como recados;
Levarei sal de frutas, kiwi e torta de amora.
Queria algo mais ilustrado na minha alma,
Tipo um misto de Kandinsky e Jackson Pollock.
Por enquanto sou um desbotado preto e branco,
Como a fumaça do cigarro numa aurora.
Sou livro aberto nesse poço cheio d’água
Onde o mundo afogou-se em suas guerras.
Tentei salvá-lo, mas lembrei de não ter guelras...
Chorei mil rios dentro de uma mesma mágoa.
André Anlub®
5 de outubro de 2022
Das Loucuras (detetive às avessas)
Das Loucuras (detetive às avessas)
É um trabalho de detetive, que teve que ser feito...
Daquela maneira certeira,
Mas levemente boêmia, lazeira, cervejeira;
Um litígio sem deixar vestígio;
Um desencontro pronto e premido...
Vestindo em si próprio a carapuça de bandido.
O peso que pesa mais nem sempre é o mais pesado;
Talvez o de principio nada penoso seja excomungado.
Ela quer selvageria na cervejaria ao lado...
Colarinho branco; banco assaltado; barco naufragado...
Ato iludido indevido é sacrifício real e desfigurado.
Muito “ado” remete ao tumultuado viver,
Dentro de um “crer ou não crer”.
Abre portas, fecha torneiras...
Milhões de besteiras nesse cotidiano emoldurado...
E as molduras:
Há ostentações sem nexo, outras não...
Há labirintos em sonhos, outros acordados.
Tudo colapsado na ansiedade de se colocar a mão.
Entregue às traças, todos se comportam como soldados,
Segurando e puxando os cordões...
Apitos tocam acordando o covarde,
A mando de um desmando pré-fabricado,
Vem há tempos sendo moldado em vaidade
Quando ouve de dentro do canhão as orações.
Vai vivendo empurrando a doença
Com sua fofa e farta barriga...
As lombrigas agradecem;
As ferrugens festejam,
As almas adoecem...
Pouco sem importa com o que quer que seja,
A não ser com o fim da festa, a cereja do bolo
E seus quinhões.
Tudo aquilo, tudo isso,
Todo fim, todo o início...
E, enfim, quem o espera?
O mais espaçoso dos caixões.
André Anlub®
(30/7/19)
20 de setembro de 2022
Dueto XCIX
Nada versátil e deveras feroz era o algoz de todos os vinte personagens de seu livro; matou todos.
Quem sobrou para contar a história lambuzou-se na glória de não fazer parte dela. Esparrela muito comum.
Houve o incidente com tal sujeito que ele não quis que morresse no acidente. Pronto, estava feito: foi um sonho.
Rigidez cadavérica até para sonhar. Mais ainda para transformar o sonho em literatura. Tortura autoimposta.
Em suas histórias morrem os bandidos, morrem os mocinhos; as cidades ficam completamente desertas e o narrador acaba frustrado falando sozinho.
Fala sozinho e não tem como fazer um diário. Nem como enviar cartas para si mesmo. Uma pena. Ele gostaria de enviar cartas para si mesmo.
Vê-se, e é, um bem-conceituado homicida sangrento, um carrasco literário que vende mortes às mentes sedentas.
Algumas morrem junto, na ausência de vida disso tudo. Outras, contudo, fazem de tudo para viver.
Certa vez pensou em escrever em primeira pessoa, se incluir no novo romance e consequentemente morrer no final.
Adiou o projeto, projetando-se para um futuro em que não precisaria da ficção para fixar-se na morte que já carregava.
Rogério Camargo e André Anlub
Dueto LXXVII
O escuro abriu a porta para a escuridão e ela dava para o que ele não queria ver,
Sentia-se acuado, queria seu corpo diáfano, queria o silêncio do espaço e somente do som o ínfimo traço – a voz de seu pai.
Vinha de longe, um eco distante da sensação de aconchego e proteção.
Onde estará a mão forte de pedreiro e a alma de guerreiro tentando construir e ajeitar o planeta num brado lúgubre de oposição?
O escuro não sabia responder. Mas abrira uma porta para a escuridão e, tropeçando, foi entrando no que não queria ver.
Sentiu-se no útero, em casa, no conforto; não havia contorno, aborto, suborno nem desgosto; sentiu-se bem-vindo, observado, nutrido e cuidado.
O medo que tinha era o medo de ter medo, então. O medo que tinha da porta fechada era o de abrir a porta.
Agora pode ouvir a voz pueril de seu pai, que foi criança um dia; agora pode sentir o carinho de sua mãe que cedeu espaço no seu corpo para sua estadia.
Lentamente escuridão vai sendo iluminada pelo sentimento de presença. Lentamente o medo dela percebe que não estar é que apavora.
Pode dar as costas, ir embora de encontro ao dia, mesmo sabendo que na luz feneceria; pode resgatar importâncias, calar-se ao atentar a infância e talvez sorrir aguardando com paciência um novo breu.
Rogério Camargo e André Anlub
Dueto XCIV
Esperar é inevitável. Não só por causa da esperança.
Há de se viver com ação mais a paciência de Jó e jogar ao vento a projeção da perfeição.
O inevitável nem precisa bater à porta: para ele ela está sempre aberta.
Mas claro que há de tudo; há até clero andando incrédulo, sem crédito sem cédula sem sílaba sem cerne.
Há juiz sem juízo, mestre sem mestrado, cantor que não canta, galo que não gala e portas que não fecham.
Há até poetas insensíveis; dizem que há! mas particularmente não acredito, ou talvez sejam invisíveis.
Poeta insensível não é poeta, mesmo que faça versos. Assim espero. (Esperar é inevitável?) Fecho a porta para esperar melhor.
Sei que alguém dará de cara na porta, pois obstáculos são inevitáveis. Torço para que seja alguma coisa que evito.
Do lado de dentro me centro, adentro meu parlamento particular e digo a mim mesmo o que não posso evitar: amor, contentamento, frustração, inspiração e dor.
Digo isso e muito mais do que pode mais porque chora menos. Em frente, à frente do que me afronta, tonta é a porta, que só sabe abrir ou fechar; tonta é a esperança, que só sabe esperar.
Se o inevitável nasceu inevitável e gosta de ser assim... de nada adianta evita-lo; vou apertado abraça-lo, abrir meu melhor vinho, calçar minhas botas, colocar meu casaco de frio e caminhar para o acaso.
Rogério Camargo e André Anlub
Dueto LXXX
A lembrança mais querida de uma infância muito feliz bateu à porta,
Tempos de rodas de ciranda, rodas de bicicletas, rodas de leitura e a vida rodou na estrada.
A porta abre para a lembrança e para o que a lembrança não tem nem pode ter:
Rebobinar a fita e viver tudo novamente – claramente – calmamente – em HD.
Pela porta aberta o que entra, com pantufas de melancolia e passos nostálgicos vai em busca de um abraço e acaba achando a ironia, os braços ocupados no futuro, segurando a nova vida.
Suspira, abre a geladeira, pega uma cerveja, pensa em guaraná, em coca light, em fanta uva, dá um sorriso torto e deixa cair uma faca dos dentes. Faca? Lembra-se de que não sabe como surgiu ali, de onde veio, não sabe seu nome, nem o início – o fim, nem ao certo o meio.
A faca quase atinge seu pé. Cai cravada rente. Não há nenhuma lembrança igual, nem parecida, entre as lembranças mais queridas de uma infância muito feliz.
A loucura sobe à mente e novamente a faca volta aos dentes; há controvérsia em seus pensamentos e há indiferença em seus esquecimentos. Sem saber o que fazer: ajoelha, reza, chora e sente.
Sente e ressente-se. Senta-se, levanta. Levanta, senta. Tenta outra coisa. Não consegue. Pensa em usar a faca para cortar os pulsos. Mas vê que ela pode ter outra utilidade:
Corta um peixe, tempera, acende o forno e espera... enquanto isso abraça sua criatividade, pois seja qual for sua idade, em seu sonho – sua mentira – sua verdade, ela sempre impera.
Rogério Camargo e André Anlub
22 de agosto de 2022
Pimentorium in anus outrem refrescus est - Dracarys
Mistura néctar e Nescau
Corpo deleite
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Das Loucuras (Pimentorium in anus outrem refrescus est)
Baixa o lume do Sol
Pra poder ver o poder do Sol do vagalume...
E assim se fez o feliz e o futuro
Que batem em sua porta quase a demolindo.
Nesse dia lindo e apimentado de certezas
O doce vento traz o cheiro de estrume.
Fica a certeza de estar se reconstruindo.
É espelho amigo usando-se como espelho.
Que o desprezo de um dia ruim que ficou longe.
Já chega Janeiro e com ele a aflição...
Aquela aflição nova e antiga de estar num velho ano novo.
Mas dessa vez é diferente, é mudança, o muito é outro...
Tudo ecoa: benesses de ganhos remotos
Todos coam o mesmo café envelhecido
Todos ouvem os toques da trombeta do escopo.
Lá vem Lacan e o grande Outro;
Lá vem licor e o pequeno mesmo.
Ressaca guerra; trégua, café com leite e biscoito...
Lá vou eu outra vez fazendo alusão ao Círculo de Fogo.
(Crato – 23/11/17)
10 de agosto de 2022
5 de agosto de 2022
19 de julho de 2022
Excelente terça a todos
(manhã de 30 de junho de 2015)
Acho engraçado, quase alucinador, quando alguém diz que tem a cabeça feita; o cara está com sua ideologia formada, seus objetivos traçados, seus focos enfocados, e tudo isso – aquilo –, todo o resto é imutável. E se o sujeito se apaixonar, por exemplo? Quando digo paixão não é necessariamente por outra pessoa. Muitas vezes surge algo que o embriaga e torna sua vida com mais sentido. E se sua paixão “engasgar” nas suas projeções pré-estabelecidas para o seu presente e futuro? É... ai complica! Enfim, ele abrirá mão do amor, da felicidade, para se tornar um egoísta mesquinho, um chauvinista anacrônico; ou, na verdade, sempre foi e não quer mudança justamente para não se mostrar contraditório. É, como diriam os amigos mais velhos: é o fim da picada. Onde entram os deuses e demônios nessa jogada é simples: impõe-se um domínio, um princípio religioso qualquer, não pela indução da energia positiva na mente (meu caso), mas sim por uma necessidade social, pelo sistema que o cerca e pela vaidade de se mostrar uma pessoa de bem (muitas vezes nada faz (gratuitamente) para ninguém). Deuses e demônios habitam em nós mesmos; o homem os exterioriza pela necessidade inútil da transferência de culpa e a obrigação de se mostrar modesto usando o próprio mérito.
14 de julho de 2022
NASA 2022
"_Você sabe com quem está falando?
_Se eu sei com quem estou falando?
_Você tem tempo?
_Bem você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras três milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha, que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre outras 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis e que vai desaparecer.
É por isso que todas as vezes na vida que alguém me pergunta: ‘Você sabe com quem está falando?’, eu respondo: ‘Você tem tempo?’
Cortella"
Fotos: NASA 2022
16 de junho de 2022
Iluminuras (5/1/10)
Iluminuras (5/1/10)
Não há ranhuras na efígie
Talhada em madeira de lei
Segue no caminho dos povos
Edificam as divindades de agora
Com os idolatrados de outrora.
Na memória da existência
Seu rosto, o mais belo e mais alto
Olhos em sobressaltos
Olham-me com o penar de mãe.
Abro célere uma leitura antiga
Centenas de iluminuras ambíguas
Todas recordam seu corpo
Letras do seu meigo nome.
Epístolas que permutam
No paladar da sabedoria
Tão antiga como a ironia
De amar sem lhe conhecer.
André Anlub
8 de junho de 2022
Imaginação mestiça
Branca paz, vermelho sangue e azul turquesa
Sobre a mesa fria uma marmita e um finado
Uma carta em uma trincheira e o soldado.
Imaginação mestiça
A imaginação dentro de seu raro aço,
Desembaraço das peças da adivinha,
Das vinhas – o vinho e o ‘barato’ – num corte
Espadas, esporas, gumes de facas
Os escárnios dos abstêmios, todavia...
Faz louca e bem-vinda toda a vida,
Sua moradia em peles ambíguas:
Branco no brando do plácido coelho;
Ao réu e aos ratos é cingido na cor cinza...
E impura e sinistra e baldia.
Bombas ao baixo, mãos ao alto, bom dia
Violência chorando na esquina chuvosa...
O touché na esgrima fez pontada na costela;
Eu e ela, vale a rima do nosso arrimo, nebulosa,
Sutileza e sangria e doce e vinho – melancia.
De aprontado feitiço nascem como hortaliças,
Nas ruas as nuas imagens em paragens insanas;
São fálicas e frígidas, finas piolas nada pulcras.
Tudo ao teor do amor e do terror da fantasia.
Esculpidos e arrazoados vemo-nos em vigília
Ao renascerem belas múmias e inspirações extintas
No horizonte o assombro de um alto monte
Ao montante o tanto não vale a sombra no vale...
A imaginação eclode da sua armadura mestiça.
André Anlub
6 de junho de 2022
Manhã de 6/4/16
1 de junho de 2022
Se eu comprar um circo o anão cresce
A arte é muito além do coerente,
É avesso e infinito,
É forma ou desforma;
A arte não se envolve com opiniões
Sempre existirá de qualquer forma.
A cena da sina em cinco tempos
Parte I
Deixei um abraço pro lago Paranoá,
Fim de tarde dos mais belos,
E o sol batendo o ponto pra descansar.
Parte II
Se não fosse a paixão, simples,
Teria outro nome:
- Fez-se atração ao limite do suportável.
Mais uma vez grito! E o grito sai assim:
- Meio confuso, meio dominado.
É a saudade, é o deslumbre;
É o lume da liberdade...
São pontos, luzes da minha cidade;
Vejo o mar com imponência e atitude.
Olho pela janela do avião e concluo:
- Será uma enorme coincidência de também meu corpo físico estar nas nuvens?
Não há tempestade que me atinja;
Não há cor ou mancha alguma que me tinja.
Hoje - agora - amanhã...
Sou camaleão!
Parte III
Olhos cheios d’água,
É noite e as luzes refletem na minha íris.
Vejo minha terra, minha mãe
Desse filho adotivo, birrento,
Que amamentou em seu seio,
(ama de leite)
Banhou-se no seu mar
E no seu sol aqueceu-se
De um acaloro que vem de dentro
Expressivo – decisivo – poetar.
Parte IV
Agora é êxtase de lisonjeio e satisfação;
Pus a mão na arte, na autoridade de uma academia;
Animo de energia – passo a frente – mira ativa.
Fiquei maravilhado aos pés de Iguaba...
E não me gabo desse flerte;
Como diria Caê:
“Adoro ver-te...”.
Parte V
No retorno, e torno a teclar nessa tecla;
Abraço deuses, mestres e magos.
Ponho-me à mercê da alegria,
E a vida me fecha em afagos.
Novamente sobre outros lagos
E largo sorriso ecoando.
Saudade da casa e entornos,
Contornos de tempos mais calmos.
Saudade dos bons e maus que com o sol fazem a lua;
Saudade da música sua, e a língua dançante dos cães.
Quero a água gelada, as bocas recitando versos,
Novos escritos discretos e poças com estrelas nuas.
A nuvem negra se foi no horizonte,
Tempo que a fez merecer.
Meio termo, temor inteiro,
Do dilúvio que não irá acontecer.
Da sombra se faz um poeta
Da seta de mão/contramão.
Do sonho no rabo do cometa
Se meta, poeta hei de ser.
André Anlub®
Biografia quase completa
Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Mesmo assim Agora mesmo a alegria passou por uma rua, Ela estava nua, estava fula, estava atormentada e vadia. Olhou em todas as portas, p...
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Sylvia Plath Via: Revista Prosa Verso e Arte Canção da manhã O amor faz você funcionar como redondo relógio de ouro. A parteira bateu ...
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- Que fatalidade: ao fechar seu zíper, Zappa perdeu seu Zippo; ficou com o fumo, mas sem consumo, sem fogo, sem fósforos; ficou famélico e...