Dois livros "mal-educados", pois vão furar minha fila de leitura.
Inspirado na Ana Hatherly:
Seu amor me implantou uma espécie de dormência,
Algo incômodo que carrego junto à carência.
Amor fantasiosamente assombroso – casto colosso,
Que me pisa impetuosamente com pés quilométricos
E me acende o sorriso mais um par de vezes.
- André Anlub
Vem assim no repentino
(André Anlub - 15/6/14)
Ontem: recuperei o tempo perdido,
esqueci-me dos problemas e reescrevi um poema antigo;
hoje: perdi algum tempo que tive,
mas resolvi problemas antigos e escrevi um poema novo.
O amor qualquer
De qualquer uma pessoa,
Visto num lugar abandonado,
Esparramado com folhas secas
E sombras anêmicas.
As árvores já estavam nuas,
Céu nublado e o vento seco;
Era de dar medo tal quadro,
Causava transtorno
Já em pensamento.
Faria tortura
Se estivesse realmente acontecendo.
O amor nessa brenha largado,
E as aves que aqui já deixaram
Abandonados seus velhos ninhos.
O sol (coitado) só batia de lado,
Tímido e afastado
Quase que sentindo frio.
O amor nesse terreno baldio,
Cercado por uma cerca velha e enferrujada,
Que em toda sua extensão
Servia de apoio para uma parreira.
Há um portãozinho branco descascado,
Empenado,
Torto, caído, pálido, podre,
Cheirando a lenha velha,
Louco para ser queimado,
Ser alforriado,
Mas para os cupins ainda com serventia.
E o amor ainda lá, deitado,
Quem sabe aguardando a chuva
Ou talvez a uva da parreira ao lado...
E de repente o amor lá,
Sorriu, avistou o pão, o vinho...
Viu alguém andando sozinho,
Vago, com a cabeça baixa
E o rosto cálido;
Novamente riu, gargalhou,
Avistou seu alvo,
Sua vítima. Ajustou sua mira e arrebatou.
Minha consciência é extremamente leve,
Mas não há maleficência que leve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos pela leitura.